2014 inicia como terminou 2013: acidentes por falta de manutenção e pessoal 2014 inicia como terminou 2013: acidentes por falta de manutenção e pessoal

Diversos, Notícias | 14 de janeiro de 2014
A ponte rolante que é usada para içar e  transportar materiais pesados na oficina apresentou falhas. No dia 3, sexta feira, por volta das 11h da manhã, o moitão que fica preso por cabos à ponte se soltou de uma altura de aproximadamente 10 metros. Esse moitão, que tem mais de 300 kg,  caiu próximo a um grupo de trabalhadores que estava dentro da oficina.
 
O moitão não obedeceu o comando para parar de subir. Com isso, a chave de fim de curso que deveria desligá-lo não atuou.  Ele se chocou com a chapa de proteção e despencou, com sua quase meia tonelada no chão da oficina do SECAL. Para complicar ainda mais a situação, a ponte continuou se deslocando nos trilhos, não obedecendo nenhum comando. Foi preciso desligar a chave geral para se evitar um desastre maior. 
 
Este acidente, quase vira uma tragédia se a queda do moitão atingisse algum trabalhador. A falta de manutenção, que é crítica na área de processo, vai se tornando crítica também nas oficinas. Além da falta de manutenção, temos falta de pessoal. Cada vez mais, os trabalhadores vão se aposentando e a refinaria não abre concursos.
 
Não podemos permitir que aconteça um acidente de grandes proporções para que alguma medida seja tomada. Tanto a FUP, quanto o Sindipetro/MG, estão pressionando a direção da Petrobrás e da Regap a negociar condições mais seguras para todos os trabalhadores.
 
Outro problema que vem aumentando o número de denúncias é com relação aos disjuntores nos PT’s. A falta de material para troca dos disjuntores já chegou a uma situação crítica. Troca-se um disjuntor muito ruim por outro menos ruim, para que as unidades e equipamentos continuem operando. Já alertamos a direção da refinaria para o perigo que vem expondo a vida dos trabalhadores.
            
            
                FOGO NA U- 409 
 
No dia 4 de janeiro, por volta da 13h40, estava sendo realizado teste no compressor 310-k-2B. O teste era feito com nitrogênio, usando o aliamento para a U-409. O nitrogênio é um gás inerte, que não oferece riscos aos trabalhadores. Por problemas no compressor 310-k-2A, colocou-se o 310-k-2B do circuito do nitrogênio para o circuito de hidrogênio, gás altamente explosivo.
 
Os dois bloqueios que impediam o hidrogênio de passar para a tubulação onde passava o nitrogênio deram passagem. Com isso foi enviado hidrogênio pelo circuito de nitrogênio passando pela U-409. Como essa unidade estava em condicionamento, a linha de tocha estava aberta para a atmosfera. Os dois gases foram então jogados para a atmosfera na U-409 e o hidrogênio pegou fogo. Logo em seguida teve uma explosão. Houve “flasheamento” e o fogo duro 15 minutos, sendo debelado por operadores e a brigada de incêndio.
 
A unidade 310 estava operando e a unidade 409 estava liberada, para quase todo tipo de trabalho. As duas unidades são próximas fisicamente e se intercomunicam. Os trabalhadores e o sindicato têm chamado a atenção da direção da refinaria para os riscos dessas LA’s próximo a unidades operando. Nas últimas paradas muitos trabalhadores correram riscos desnecessários por causa desses planejamentos” que visam mais a produção que a segurança dos trabalhadores. A Regap começou pessimamente o ano. 
 
        U-223 : VAZAMENTO DE CLORO
 
O tratamento da água industrial inicia-se com a injeção de água clorada na água bruta que vem da represa de Ibirité. Fica armazenada no tanque TQ-01F e por gravidade vai para a ETA para novos tratamentos. O cloro fica armazenado em cilindros com alta pressão, é extremamente tóxico e acima de 1000 ppm de concentração é letal.
 
Está sendo construída uma nova linha de água clorada para a nova adutora de água bruta. Para fazer testes hidrostáticos foi instalada uma válvula de ferro na na linha de fibra. Ela não foi trocada após os testes. Ao passar a água clorada, o ferro foi corroído e o cloro ficou vazando para a atmosfera. O aumento da intensidade do cheiro foi percebido na madrugada do dia 29 de dezembro. Às 9h foram iniciados as tratativas necessárias para acabar com o vazamento. É bom lembrar que o sistema de água bruta é vital para a refinaria, sendo utilizada também para combate a incêndio. Apesar de ser extremamente vital e importante a U-223 fica quase abandonada, tem um manômetro que há mais de 6 meses não funciona. Falta mão de obra, falta manutenção, falta material em estoque. Este é mais um acidente que não causou vítimas, mas que teve um alto grau de risco para os trabalhadores.
 
Sindipetro/MG