Terceirização avança na Regap: a perda de um patrimônio

A FUP e o Sindipetro/MG têm denunciado a terceirização “selvagem” que vem tomando conta do Sistema Petrobrás e da Regap. Apesar de todas as mobilizações da categoria e das reuniões com a gerência da empresa, as empreiteiras vão ocupando espaço.

Depois de ter praticamente terceirizado o armazém, o novo ataque está sendo na área de compras da refinaria. A gerência de estoque vai ter seu serviço centralizado junto com as de outras unidades. Será praticamente extinta aqui na Regap. 

O número de trabalhadores próprios foi sumariamente reduzido. As compras de até R$ 8 mil serão feitas por uma firma virtual e os funcionários da Petrobrás darão sua aprovação no final do processo de compra. Vão ser uma espécie de fiscal. Assim, a responsabilidade vai continuar com os petroleiros do setor, já que eles terão de aprovar ou não o serviço feito pela firma contratada. Isso vai causar um aumento na burocracia e diminuir a eficiência. 

As compras acima de R$8 mil serão centralizadas no Compartilhado e realizadas fora da Regap. Mais uma vez, vai se dar espaço às empreiteiras para realizarem esse serviço. Com isso, os trabalhadores que restaram no setor, não vão comprar mais nada.

A área de compras sempre foi, e sempre será, um local sensível, em que as empresas privadas fazem de tudo para fornecer seus produtos para a Petrobrás. A entrada de mais um intermediário para realizar compras aumenta a possibilidade de crescerem os custos. Esta é mais uma tentativa de “modernizar” a empresa voltando ao passado. A estratégia não deu certo e, agora, também tem tudo para dar errado. Mas, como antes, a direção da Petrobrás/Regap vai correr o risco. Afinal, quem sofre com essa situação são os trabalhadores. 

Os gerentes, como sempre, continuam no ar condicionado de suas salas decidindo como tirar dos trabalhadores e passar esses recursos para as “gatas” do setor privado. Estão pondo fim a mais um patrimônio da Petrobrás. Isso porque alguns “iluminados” decidiram. 

Dessa vez, não é um bem físico, mas um saber que vai sumir se não estiver sendo utilizado e passado para outros trabalhadores. É bom lembrar que isso vai acontecer em quase todos os setores em que teremos a saída em massa de trabalhadores.

A Petrobrás é uma empresa do povo. Foi construída com o dinheiro dos impostos pagos por brasileiros. Não podemos deixar que esse patrimônio seja entregue, por meio de privatizações ou da terceirização. Afinal, a terceirização é uma forma camuflada de privatizar, além de vir junto com todas as mazelas e explorações dos trabalhadores.

Sindipetro/MG