A força do petróleo A força do petróleo

Diversos, Notícias | 28 de julho de 2014

Apesar de toda a onda de criação de novas fontes de energia alternativa, o petróleo ainda é, e por muito tempo será, a mais importante fonte de energia do planeta. Por ser um combustível estratégico, as potências do capitalismo lutam, sem tréguas, para garantir seu fornecimento hoje e no futuro. A Líbia e o Iraque fazem parte dos países que foram praticamente destruídos para que as empresas dos países capitalistas roubassem petróleo. A guerra e a rapinagem fazem parte da estratégia das nações ricas para continuarem a ter acesso a essa riqueza. Os EUA e a Europa são os maiores consumidores do mundo e estão dispostos a qualquer coisa, inclusive a guerra, para que esta riqueza não lhes falte. Eles possuem capacidade militar para impor a outros países seus objetivos com relação ao petróleo, e sempre o fizeram quando viram seus interesses ameaçados.

A maior descoberta de petróleo nos últimos tempos é do pré-sal brasileiro. Depois que o Brasil detonou a Área de Livre Comércio da América Latina (Alca), e descobriu esse mega campo de petróleo, os EUA reativaram a 4ª frota em 2008, para patrulhar o Atlântico Sul. Segundo seu comandante, o contra-almirante, Joseph Kernan, a frota está pronta “para proteger e intervir no Caribe e Atlântico Sul.” Na sua posse, disse que já esteve como turista na Amazônia e o sonho dele é voltar agora para treinar táticas de guerra na selva. Não bastasse isso, recentemente, Edward Snowden, que trabalhava na Agência de Espionagem Americana – NSA, divulgou documentos mostrando que a Petrobrás tinha seus computadores espionados, além do Ministério das Minas e Energia e da presidenta Dilma. Ele está exilado na Rússia.

Fica evidente o interesse americano no petróleo do pré-sal brasileiro. O Brasil é uma fonte segura de fornecimento de petróleo, sem guerras ou ameaças terroristas, como ocorre no Norte da África e Oriente Médio. Este óleo está no mar e longe da costa brasileira, portanto, exige um esforço maior para aumentar a segurança e proteger nossas riquezas. Por causa dessa importância estratégica, foi que no governo de Getúlio Vargas, foi criada a Petrobrás. Com ela, o monopólio estatal do petróleo, mais tarde derrubado por FHC.

O PETRÓLEO COMEÇA A VOLTAR PARA O POVO BRASILEIRO

Já é do conhecimento de quase todos, que o governo federal decidiu entregar quatro áreas do pré-sal para a Petrobrás. O governo não fez leilão. As quatro áreas são: Búzios, Entorno de Iara, Florim e Nordeste de Tupi. A quantidade de petróleo ou gás equivalente varia de 10 a 15 bilhões de barris, cuja produção iniciará em 2020. O preço do barril de petróleo está em torno de US$110. Supondo este valor e a quantidade de petróleo de 10 bilhões de barris, teremos uma receita total de um trilhão de dólares. Serão mais de dois trilhões de reais. Isso pegando os menores valores, tanto de reserva de petróleo, quanto de seu preço no mercado internacional. Todo esse dinheiro ficará no Brasil. Para ter direito de explorar sozinha esses campos petrolíferos, a Petrobrás vai desembolsar para a União, em 2014, R$2 bilhões, em 2015, mais R$2 bilhões, em 2016, R$3 bilhões, R$4 bilhões em 2017 e, mais R$4 bilhões, em 2018, totalizando R$15 bilhões. O contrato é para 35 anos. Esses recursos vão para o Fundo Social, cuja metade vai para saúde e educação, como está previsto para os royalties do petróleo retirado do pré-sal.

Se a direita estivesse no poder, quase totalidade desses recursos iriam para o exterior. Além disso, as compras da todos os equipamentos, inclusive navios, não seriam feitos no Brasil, não desenvolvendo a indústria e nem criando empregos. Portanto, toda essa riqueza de pouco serviria para o povo brasileiro. Não podemos esquecer que a Petrobrás seria entregue às multinacionais europeias e americanas.

SEM LEILÃO

Uma das reivindicações do movimento social e sindical é o fim dos leilões dos campos petrolíferos brasileiros. Desta vez, Dilma não fez leilão. A Petrobrás vai explorar sozinha e grande parte destes recursos vão para a educação e a saúde. Isto é: para o povo brasileiro. A exigência de conteúdo nacional para construção das plataformas de exploração impulsionará a indústria brasileira, abrindo novos empregos e gerando riquezas em diversas partes do país. A Petrobrás vai estar cumprindo um dos seus principais objetivos, que é ser propulsora do desenvolvimento do Brasil. Isso, é claro, além de nos tornar autossuficientes na produção de petróleo.

Se depender da mídia brasileira, essa riqueza ficaria nas mãos das multinacionais. Quase todos os órgãos da imprensa e os políticos da oposição criticaram essa medida do governo brasileiro. Eles usam o discurso de que estão “protegendo a empresa”. Dizem que a Petrobrás não tem condições financeiras e materiais de explorar uma bacia petrolífera tão grande. O que é falso. A direção da estatal garante que tem amplas condições de explorar as áreas sob sua responsabilidade.

A imprensa defende que a Petrobrás invista pouco, para que sobre mais dinheiro para encher os bolsos dos grandes acionistas privados. Não são investidores, são especuladores. O pequeno acionista vai estar protegido, pois a empresa com mais reservas de petróleo e mais investimentos, se tornará mais sólida. No médio e longo prazo, a tendência é crescimento do lucro, as ações subirem de valor e aumento dos dividendos pagos. O banco Goldman Sachs (americano) colocou a Petrobrás na lista de destaque em energia na América Latina. As ações subiram 4,6% na segunda feira (14) e, segundo o banco, tem potencial para uma valorização de 30%.

Os argumentos da imprensa são “furados”, pois a força de uma empresa nesta área se mede pela quantidade de petróleo que tem em suas reservas. Com mais óleo, a Petrobrás será forte e capaz de cumprir seus objetivos. As áreas do pré-sal já são responsáveis por uma produção de mais de 500 mil barris/dia. Novas áreas vão entrar em operação, com a Petrobrás batendo recordes de produção. Defender o petróleo do pré-sal é, portanto, defender a Petrobrás e os interesses do nosso povo.

CONTRA OS TRABALHADORES

Sílvio Sinedino foi eleito para o Conselho de Administração da Petrobrás com o apoio da nossa oposição, que sempre criticou o governo por causa dos leilões dos campos do pré-sal. Mas é tudo “papo furado”, pois seu representante declarou para a imprensa ser contra a entrega desses bilhões de barris de petróleo à Petrobrás. Usa a mesma conversa que sai na imprensa para desqualificar a empresa. Ele está fazendo o jogo da mídia, da oposição e da direita entreguista.

Sindipetro/MG