Dia 5: vamos votar em quem defende os interesses da nossa classe social Dia 5: vamos votar em quem defende os interesses da nossa classe social

Diversos, Notícias | 2 de outubro de 2014

No dia 5 de outubro vamos ter eleição em todo o Brasil. Vamos eleger deputado estadual, deputado federal, senador, governador e presidente da República. Apesar de a candidatura para Presidência ser a mais divulgada e discutida, é muito importante termos uma bancada forte no parlamento e governadores que defendam o projeto que vai mudando o Brasil. É importante votar nos candidatos que têm compromisso com o povo e com os trabalhadores. Não podemos votar em candidatos, que se eleitos, vão trabalhar para os banqueiros e para os mais ricos. Afinal, somos a grande maioria dos eleitores desse país.

Essa foi uma das campanhas eleitorais que ficou mais evidente o caráter classista das candidaturas. Mesmo que a propaganda eleitoral fique concentrada em nomes de candidatos e em posturas individuais, fica claro que classe social cada um defende. Os três principais candidatos a presidente da República deixam isso evidente no programa de governo e nos assessores que os cercam. Muitas vezes o programa é uma peça de ficção, mas podemos identificar quem é quem, pelo que dizem os principais apoiadores.

A candidata do PT, Dilma Rousseff, é a mais fácil de ser observada, pois é governo e tem uma administração que é continuação de Lula. Portanto, é uma candidatura que visa continuar avançando na melhoria de vida dos mais pobres. Diminuir a desigualdade, manter e criar empregos e ter um forte mercado interno de consumo. Essas coisas são visíveis e estão dentro do programa da candidata para os próximos quatro anos no poder. Seu governo combate o neoliberalismo e não aceita se submeter aos interesses dos países ricos e nem ao Fundo Monetário Internacional (FMI). Além disso, tem como proposta o desenvolvimentismo, que, ao contrário do neoliberalismo, defende a intervenção maior do Estado na economia. A consequência é a distribuição da renda mais justa. Uma demonstração clara de que é uma candidatura do campo popular, tendo recebido o apoio de quase todas centrais sindicais, além de inúmeros sindicatos e movimentos sociais.

Marina Silva se candidata pela segunda vez. Em 2010 surgiu como uma “novidade ecológica”. Tinha como bandeira a defesa do meio ambiente, o combate a construção de hidrelétricas e da energia nuclear. Combatia a construção de usinas hidrelétricas na Amazônia. Na última eleição para presidente, ela tinha como vice o dono da empresa de cosméticos Natura, Guilherme Leal. Enquanto Marina comandou o Ministério do Meio Ambiente no governo Lula, as ações de biopirataria contra a empresa Natura não evoluíram. Com a saída de Marina Silva e seus comandados do ministério, os processos de biopirataria caminharam, e a multa aplicada passa dos R$ 620 milhões.

Os principais auxiliares de Marina Silva estão alojados na ONG chamada Instituto Democracia e Sustentabilidade (IDS), que é mantido pelo Itaú e Natura. O empresário Guilherme Leal é membro do Conselho Gestor. A banqueira Neca Setúbal, herdeira do Itaú, é a coordenadora do programa da candidata Marina Silva. Eduardo Giannetti é do Conselho Econômico e João Paulo Capobianco, que foi do Ministério do Meio Ambiente e o responsável pelo “esquecimento” dos processos de biopirataria contra a Natura.

O programa de governo de Marina Silva é neoliberal. Sendo assim, ele vem acompanhado de uma série de propostas que, se aplicadas, vão favorecer os ricos e os banqueiros. Com isso, os trabalhadores e o povo vão perder. Pelo menos uma grande parte da população já percebeu que Marina é uma tremenda enganação. Nos comícios, não tem quase ninguém na plateia. Em compensação, as reuniões com a granfinagem em São Paulo tem sempre casa cheia. Afinal, as propostas de Marina vão de encontro aos interesses desse grupo social. Por causa desses assessores e do seu programa, nenhuma Central Sindical apoia sua candidatura. Apesar da origem humilde de Marina Silva, hoje ela serve a classe alta e é contrária aos interesses do povo e da classe trabalhadora. Aquela Marina “verde” e de propostas “alternativas” não existe mais, se é que um dia chegou a existir. É o “novo” que já ficou “velho”.

O candidato Aécio Neves, do PSDB, é um velho conhecido dos mineiros. Vive mais no Rio de Janeiro que em Minas, Estado que foi governador e atualmente representa no Senado. O programa do candidato é o mesmo de FHC nos anos 90. É a mesma política neoliberal da Marina. Portanto, a direita tem dois candidatos concorrendo à Presidência da República. Apesar do desastre que foi o governo FHC, o grupo social representado por Aécio Neves quer voltar a implementar as políticas que levaram o país a quebrar três vezes e, por três vezes, recorrer aos empréstimos do FMI.

Uma grande parte da equipe que trabalhou no governo FHC está trabalhando com Aécio Neves. Se eleito, teremos, portanto, um governo patronal, voltado para os interesses das multinacionais e que vai continuar o processo de entrega das empresas estatais à iniciativa privada. As candidaturas de Marina Silva e Aécio Neves representam os interesses das classes dominantes e mais ricas do Brasil. Trabalhador que vota em qualquer um dos dois está votando contra si próprio e contra sua classe social.

Depois de séculos de lutas e, idas e vindas, a classe trabalhadora conseguiu afastar do poder uma parcela dessa classe dominante. Eles querem retomar o Estado brasileiro. Isso só acontecerá, se nós, os trabalhadores e o povo, quisermos. Vamos votar certo. Diga não à “Fadinha da Floresta” e ao “Aecioporto”. Assim, estaremos afastando, mais uma vez, uma parcela da classe rica de controlar e acabar com nossas conquistas.

O QUE OS PETROLEIROS PODEM PERDER

Temos destacado em nossos textos sobre as eleições, a divisão clara dos interesses de classes envolvidos nessa campanha eleitoral. Isso fica evidente nas propostas de cada presidenciável. Mas alguns petroleiros duvidam que possamos ter perdas, caso algum dos candidatos da direita reassuma o poder. Para entendermos de maneira prática como podemos ser atingidos, vamos dar um exemplo com a PLR.
As propostas de Marina Silva e Aécio Neves são as mesmas do período FHC, portanto, a questão da PLR seguirá os mesmos parâmetros do governo do PSDB nos anos 90. Os valores da PLR no governo neoliberal, como proposto por Marina e Aécio, era de um básico. Os mais altos salários tinham remunerações até 100 vezes maior que o trabalhador. A preocupação era dar o máximo para quem já tinha muito. Não havia negociações para discutir os valores da PLR. Eles eram impostos pela direção da Petrobrás. Quanto maior for a remuneração da PLR, menor será a parte que cabe aos grandes acionistas. Se a empresa não pagasse tudo iria para o bolso deles. Como no governo FHC a prioridade era remunerar o capital, a parte que vinha para os trabalhadores era muito pequena, isto quando vinha.

Nos governos de Lula e Dilma conquistamos uma PLR com valores bem mais altos e ainda negociamos o regramento da mesma com a empresa. Hoje temos um governo pró-trabalhador, que negocia com os sindicatos os valores a serem pagos. Este é só um exemplo para entendermos na prática o que vai fazer a direita se voltar ao poder. Diversas outras conquistas correm o risco de acabar, caso o “retrocesso” ganhe as eleições. Para nós trabalhadores, e para os petroleiros em particular, a administração do país dentro do neoliberalismo é uma ameaça. Quem representa essa “doutrina” econômica são Aécio e Marina. Um lembrete: alguns petroleiros têm dito que isso é uma campanha do “medo” ou “terrorista”. Infelizmente não é uma “campanha”. São fatos. É a realidade mais pura e cristalina. Não precisamos vivê-la novamente para saber que já existiu e foi péssima para os trabalhadores.

VOTE CERTO! VOTE CONSCIENTE!

Sindipetro/MG