FUP e sindicatos discutem em Brasília próximos passos da luta em defesa da Petrobrás e do pré-sal FUP e sindicatos discutem em Brasília próximos passos da luta em defesa da Petrobrás e do pré-sal

Diversos, Notícias | 3 de agosto de 2015

Mais de 70 petroleiros de vários estados do país estão reunidos em Brasília no Conselho Deliberativo Ampliado da FUP para definir os próximos passos da campanha em defesa do pré-sal e contra o Plano de Desinvestimentos da Petrobrás. O encontro teve início nesta segunda-feira, 3, e se estenderá até sexta, 7, com diversas atividades e debates que definirão novas estratégias de luta da categoria para barrar a venda de ativos em curso na empresa e que significará a desintegração do Sistema Petrobrás. 

A FUP e seus sindicatos têm denunciado os efeitos perversos do Plano de Desinvestimentos aprovado pelo Conselho de Administração da Petrobrás, que pretende colocar à venda 57,7 bilhões de dólares em ativos e reduzir em 76 bilhões de dólares investimentos e despesas. Essas medidas, além de reduzir em cerca de 30% o patrimônio da maior e mais estratégica empresa brasileira, significarão demissões em massa e cortes de direitos, como já vem acontecendo com trabalhadores do setor naval e da construção civil e petroleiros terceirizados.  

Outra importante frente de luta da FUP tem sido barrar o PLS 131, do senador José Serra (PSDB/SP), que quer tirar a Petrobrás da função de operadora única do pré-sal e acabar com a obrigatoriedade legal que garante a participação da empresa em pelo menos 30% dos campos exploratórios. Se o projeto passar pelo Senado, será o início do desmantelamento do modelo de partilha de produção, que garante ao Estado brasileiro parte do petróleo produzido no pré-sal. Além do PLS 131, o PSDB tem ainda outros dois projetos em curso na Câmara e no Senado para alterar a legislação que regulamentou a exploração do pré-sal.

Análise de conjuntura e avaliação da greve do dia 24

Pela manhã, os trabalhadores debateram o atual cenário político, a partir da exposição de Antônio Augusto de Queiroz, diretor do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap). Ele ressaltou a complexidade do momento, tanto do ponto de vista político, quanto econômico e institucional, destacando as dificuldades dos sindicatos e movimentos sociais em despertar a sociedade sobre os riscos que o país sofre com o avanço da direita. “Estamos vivendo um ambiente de total apatia da população, de desalento e desesperança frente à avalanche de más notícias, que diariamente é despejada pela mídia, com claro intuito de pregar o caos e de sangrar o governo”, declarou.

“Soma-se a isso uma correlação de forças desfavorável para os trabalhadores, tanto no Congresso, quanto no próprio governo, que colocou em seus ministérios representantes do mercado financeiro, do agronegócio, da indústria e do comércio”, alertou Queiroz. Para ele, a disputa dos petroleiros contra a entrega do pré-sal e contra os desinvestimentos anunciados pela Petrobrás é uma luta que depende eminentemente da capacidade de reação e de organização da categoria. “É preciso que os sindicatos e movimentos sociais tenham a clareza de que cabe muito mais a vocês do que ao governo evitar que o mercado avance não só sobre o pré-sal e a Petrobrás, como também sobre os direitos trabalhistas e as conquistas sociais”, alertou.

Na parte da tarde, os sindicatos avaliaram positivamente a greve de 24 horas realizada pelos petroleiros no último dia 24 e apontaram a necessidade de um movimento mais contundente para barrar a venda de ativos e desinvestimentos da Petrobrás. Nos próximos dias, o Conselho Deliberativo discutirá um novo calendário de lutas e os rumos da campanha reivindicatória. 

FUP