Sindipetro/MG marca presença no julgamento dos réus da Chacina de Unaí e exige justiça! Sindipetro/MG marca presença no julgamento dos réus da Chacina de Unaí e exige justiça!

Diversos, Notícias | 27 de outubro de 2015

Começaram a ser julgados, nesta terça-feira (27), em Belo Horizonte, mais dois acusados da chacina de Unaí. O fazendeiro Norberto Mânica e o empresário José Alberto de Castro estão entre os mandantes das mortes dos servidores do Ministério do Trabalho e Emprego que atuavam na fiscalização a fazendas de Unaí, no Noroeste de Minas. O crime aconteceu em janeiro de 2004.

Na última quinta-feira (22), uma manobra da defesa conseguiu, mais uma vez, prorrogar o júri. Auditores fiscais e familiares das vítimas protestaram e cobraram justiça. Nesta terça, novamente, a defesa tentou adiar o julgamento, com base em possíveis irregularidades na delação premiada. O juiz, no entanto, indeferiu. “Não cabe, nesse momento, fazer nenhum juízo de valor em relação a delação”, pontuou o magistrado.

A sessão, na Justiça Federal, bairro Santo Agostinho, região Centro-Sul de BH, estava prevista para começar às 8h30, porém teve início com mais de uma hora de atraso. Sete jurados foram sorteados: quatro mulheres e três homens.

Programação é que sessão tenha uma pausa às 12h30, para almoço, e que retorne às 13h30. Término, nesta terça, está previsto para as 19h30. O julgamento, segundo o juiz, deve terminar até a próxima sexta-feira (30) ou, no máximo, no sábado (31).

A defesa de Norberto Mânica alega que os sete vídeos apresentados pelo Ministério Público (MP) e entregues na última semana, são forçados, foram editados, manipulados e não têm qualquer prova contra seu cliente. “A delação premiada é de suma importância, foi forçada e vai ajudar a defesa”, disse o advogado Carlos De Almeida Castro, kakay.

O advogado Lúcio Adolfo, que representa Hugo Pimenta, disse que seu cliente não foi forçado na delação. Adolfo acompanhou o depoimento dele. “Ele narra os fatos como aconteceu dentro da sua visão. Não há evidências da participação dele. O MP deu credibilidade ao depoimento e acha que pode colaborar”.

O Ministério Público, em sua defesa, disse que a delação foi dentro dos parâmetros legais e será avaliada em juízo. “Eles simplesmente querem protelar algo que já vem sendo protelado por 11 anos”, ressaltou o promotor.

O ministro do Trabalho e Previdência Social, Miguel Rosetto, está presente no julgamento. Ele falou rapidamente com a imprensa no intervalo dado para os jurados se organizarem após o sorteio. “Toda expectativa é que haja justiça e que todos os criminosos sejam condenados pra que isso sirva de exemplo. Esse foi um crime bárbaro contra o Estado brasileiro. A condenação é a garantia de um trabalho digno em um país que respeita a legislação. Temos que criar cada vez mais condições de trabalhos para os auditores”.

Em protesto contra a morosidade do julgamento, auditores fiscais se vestiram de preto e deitaram no chão, em frente ao prédio da Justiça Federal.

Oitivas 

O delegado Wagner Pinto, que presidiu o inquérito, é o primeiro a ser ouvido pela promotoria. Segundo Pinto, “há provas inquestionáveis sobre o mando de Norberto Mânica”. Antério Mânica, irmão de Norberto, não foi citado pelo delegado. O filho de Antério assiste ao júri.

Promotoria trabalha para mostrar que o trabalho da polícia foi bem feito e com detalhes. Ao todo, 34 testemunhas devem ser ouvidas. 

O advogado de Norberto Mânica, Carlos De Almeida Castro, pediu para o delegado Wagner Pinto se sentar de frente para os jurados antes de começar a fazer suas perguntas.

A defesa tentou enfraquecer as provas do inquérito e o depoimento de Wagner Pinto, que disse não se recordar de alguns detalhes das investigações pelo tempo decorrido. O juiz chegou a advertir o advogado pelo fato de ele estar discutindo com o delegado que é testemunha e estava ali para responder.

Às 11h50, foi dada a pausa para almoço. A sessão será retomada às 13h30.

O Tempo

O Sindipetro/MG se solidariza com os familiares e amigos e exige a punição dos criminosos.