Golpe sem povo Golpe sem povo

Diversos, Notícias | 15 de dezembro de 2015

Os protestos convocados pela direita no domingo, dia 13, fracassaram. Trabalhando em conjunto com o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, os líderes desses movimentos queriam o apoio das ruas para o golpe. O objetivo era pressionar os deputados com grandes manifestações, como já aconteceu anteriormente. Mas, faltou gente.

Aqueles que participavam por boa fé, acreditando que estavam num movimento pela moralidade na política, se viram traídas com as alianças dos líderes desses movimentos com tucanos e gente do tipo Eduardo Cunha. Não se combatia a corrupção de modo geral, mas só a que pudesse atingir de alguma forma o governo.

Perceberam que eram massa de manobra usada para fins políticos partidários de uma direita golpista. Sobraram os fanáticos de sempre, que pregam a volta dos militares e têm um discurso de ódio contra seus adversários.

Na Avenida Paulista, havia uma mega estrutura com sete caminhões de som, mas o menor número de participantes em relação a protestos anteriores foi bem menor. O protesto coincidiu com o aniversário de 45 anos da promulgação do Ato Institucional 5 (AI-5), que foi anunciado em cadeia de rádio e televisão no dia 13 de dezembro de 1968. Marcou o endurecimento total da Ditadura Militar. O Congresso Nacional, as Assembleias Legislativas e as Câmaras de Vereadores foram proibidas de funcionar. Inúmeros políticos foram cassados. Pessoas podiam ser pressas sem qualquer acusação ou inquérito. Acabou com o habeas corpus. Centenas de pessoas foram torturadas, mortas, exiladas, por serem adversárias políticas do regime.

A grande maioria dos manifestantes que foram às ruas nesse domingo, se identifica, apoia e defende o que aconteceu há 45 anos. São representantes do atraso, da ditadura, da tortura e das prisões arbitrárias. E, principalmente, são contra a democracia, em que o povo decide seu destino. Por isso tiveram e têm o apoio da mídia. É o sonho dos Marinhos, Frias, Civitas e outros, a volta de um governo de direita que atenda as demandas das classes conservadoras. Querem o poder sem ter votos. Para isso, utilizam do golpe, que é uma experiência que eles têm acumulada nesses anos todos conspirando contra governos populares. Precisamos de ir à luta. Não permitiremos a volta dos golpistas.

PARTICIPAR PARA EVITAR O RETROCESSO

A queda de Dilma seria o primeiro passo para o ataque à Petrobrás. Está escancarado para quem quiser ver, que o objetivo dos partidos de direita no Congresso é esquartejar e vender a maior empresa brasileira.

O plano do PMDB de Temer é entregar o pré-sal e “vender” estatais. Por um plano bem mais acanhado, os petroleiros fizeram uma greve histórica. A nossa última paralisação foi pela “Pauta pelo Brasil”, que é frontalmente contrária ao plano do PMDB, “Ponte para o Futuro”. Conseguimos negociar algumas medidas que iam ser tomadas pela nova direção da Petrobrás. Com isso, evitamos a venda de ativos, que era uma espécie de “privatização branca”.

O plano do PMDB, apoiado pelo PSDB, DEM e outros partidos de direita, visa exatamente vender ativos e afastar a empresa do pré-sal. Se Dilma cair, o PMDB de Temer vai colocar em prática o desmantelamento da Petrobrás. Vai exigir de nós, petroleiros ,disposição para uma greve contra um governo hostil aos trabalhadores.

Manter a democracia é a maior garantia que temos de manter o petróleo como uma riqueza dos brasileiros. Nossa greve não acabou. Estamos em estado de greve. Temos de ficar mobilizados para manter as conquistas do nosso último movimento. A tomada do poder dos “sem votos” é um risco para a democracia, para o povo, para os trabalhadores e a Petrobrás.

Ocupar as ruas, pressionar os deputados federais e mostrar para a sociedade o que está em perigo vão ser nossas atuações daqui para frente.

NÃO PASSARÃO!

Sindipetro/MG