Protesto “Fora Temer” escracha golpe na Praça da Liberdade Protesto “Fora Temer” escracha golpe na Praça da Liberdade

Diversos, Notícias | 16 de maio de 2016

Cerca de 5 mil manifestantes, com apoio da Frente Brasil Popular Minas, participaram, neste domingo (15), do ato “”#ForaTemer” pedindo o impeachment do presidente em exercício, Michel Temer (PMDB), na Praça da Liberdade, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte. A concentração começou por volta das 10 horas. O ato ganhou a adesão de movimentos sociais e entidades de representação de trabalhadores. Estiveram presentes representantes da Central Única dos Trabalhadores de Minas Gerais (CUT/MG), Movimento de Atingidos por Barragens (MAB), Movimento dos Sem-Terra (MST), entidades estudantis e parlamentadores do Partidos dos Trabalhadores (PT) e do Partido Comunista do Brasil (PCdoB).

O protesto foi convocado pelo advogado Francisco Diniz, Chico Diniz, do movimento Fora Temer Convergência Socialista. O grupo deixou a Praça da Liberdade e caminhou pela avenida João Pinheiro até a Praça Afonso Arinos, onde está a Faculdade de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Desde sexta-feira (13), estudantes e ativistas ocupam o prédio, no movimento “Ocupação Mata Machado”, em referência ao ex-presidente do Centro Acadêmica Afonso Pena (CAAP), José Carlos da Mata Machado, assassinado durante a ditadura militar.

A presidenta da CUT/MG, Beatriz Cerqueira falou sobre a união de forças por iniciativa de um cidadão. “Conheci o Chico na sexta-feira à noite. Ele, que incomodado com os rumos da política golpista no nosso país criou o evento no facebook para um Fora Temer, neste domingo na Praça da Liberdade. A luta em defesa da democracia e contra o golpe ganhou a sociedade. E não vai parar. A Frente Brasil Popular Minas Gerais está na Praça da Liberdade.  E depois em novo ato Fora Temer no dia 19 de maio, na Praça Afonso Arinos. Vamos pra rua com nossas bandeiras, camisas e disposição de luta!”, afirmou Beatriz Cerqueira.

O grupo deixou a Praça da Liberdade e caminhou pela Avenida João Pinheiro até a Praça Afonso Arinos, onde está a Faculdade de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Desde sexta-feira (13), estudantes e ativistas ocupam o prédio, no movimento denonimado “Ocupação Mata Machado”, em referência ao ex-presidente do Centro Acadêmica Afonso Pena (CAAP), José Carlos da Mata Machado, assassinado durante a ditadura militar.

Alunos da UFMG repudiam plano de governo de Michel Temer

Os universitários da Ocupação Mata Machado decidiram em assembleia na manhã de sábado (14), por continuar por tempo indeterminado na Faculdade de Direito e Ciências do Estado da UFMG. Para os alunos, fica claro que a agenda proposta no projeto “Ponte para o Futuro” a ser aplicada pelo governo interino de Michel Temer é um ataque aos direitos dos trabalhadores e às conquistas sociais até aqui asseguradas.

Durante a assembleia, os estudantes publicaram uma nota em que definem as motivações para o acampamento. Um dos principais pontos abordados pelos alunos é a questão da educação pública. “Nos últimos anos, mais de 18 universidades federais foram criadas e mais de 100 novos campus universitários foram abertos. Somadas a iniciativas de políticas de ações afirmativas e assistência estudantil, vimos a universidade pública se transformar”. Segundo texto, a universidade está “mais negra, indígena, diversa e feminista”, afirmam.

A nota ressalta que ao longo dos últimos anos, com o avanço da crise econômica e política, a educação passou por cortes orçamentários que, que prejudicaram o investimento em educação. “Recentemente, conquistamos o Plano Nacional de Educação que prevê o investimento de 10% do PIB para a educação. Não aceitaremos retrocessos e cortes em garantias fundamentais que não devem ser tratadas como mercadoria”, apontam.

Além disso, os estudantes repudiam toda e qualquer tentativa de privatização da educação. “Os trâmites para a aprovação do projeto de lei que prevê a cobrança de mensalidade em pós-graduação nas universidades federias representam mais uma das movimentações que querem acabar com a universidade pública, gratuita e de qualidade”, afirmam ao relembrarem a Proposta de Emenda à Constituição 395/14, do deputado Alex Canziani (PTB-PR), que permite às universidades públicas cobrar pela pós-graduação lato sensu.

Os estudantes dos cursos de Direito e Ciências estão acampados no Território Livre da faculdade desde quinta-feira, 12, quando cerca de 50 alunos passaram a noite no pátio. Eles se dividirão em diversas comissões para cuidar de questões como segurança, alimentação e comunicação. A mobilização é coordenada pelo Comitê Faculdade de Direito e Ciências do Estado Contra o Golpe (FDCE Contra o Golpe), grupo que reúne alunos, ex-alunos e professores que são contrários ao impeachment da presidenta eleita Dilma Rousseff.

A professora adjunta do Departamento de Direito do Trabalho e Introdução ao Estudo do Direito da Faculdade de Direito da UFMG, Marcella Furtado de Magalhães Gomes, apoia a iniciativa dos alunos e considera importante a mobilização. Segundo a docente, quando uma presidenta é retirada de seu mandato constitucional sem crime, existe aí um golpe. “Porém um golpe sem força física muitas vezes é naturalizado”, disse. Para ela, a ocupação pretende “retirar a máscara de falsa legitimidade que esse governo usurpador de Temer tem”, afirmou.

O estudante de Direito, Marcos Bernardes, reforça objetivo da mobilização. “A ocupação Mata Machado é uma ação direta, resultado da indignação dos estudantes. Por isso a ocupamos para denunciar esse governo ilegítimo e nos inspiramos na luta de José Carlos da Mata Machado, ex-aluno da FDCE e que foi assassinado por outro golpe, o de 1964. Reivindicamos sua memória para dizer não ao arbítrio e sim a democracia”, disse.

Artistas ocupam a Funarte

Cerca de 400 artistas mineiros decidiram, em assembleia realizada no sábado, ocupar a Funarte. Depois da finalização do Acampamento pela Democracia que ocupou a Praça da Liberdade por 11 dias, esta já é a segunda ocupação em BH pelo ‪”#‎ForaTemer’. A outra acontece na UFMG, realizada por estudantes de direito e ciências do Estado desde quinta.

Os manifestantes dizem não ao fim do Ministério da Cultura (MinC) e denunciam o desmantelamento da política nacional do setor. “Não vamos pedir fica MinC, não reconhecemos esse governo golpista. Vamos derrubar o Temer.  Governo Temer não respeita a cultura, não respeita a identidade do povo brasileiro e dizemos não ao Golpe”, explicaram os manifestantes.

Frente Brasil Popular em CUT/MG