Não há Conformidade com conflito de interesses. FUP exige saída de Elek Não há Conformidade com conflito de interesses. FUP exige saída de Elek

Diversos, Notícias, De que lado você está?, Petroleiros na Mídia, Tribuna Livre, Política | 23 de agosto de 2017

joao-adalberto-elek-junior Alvo de duras críticas da FUP desde que assumiu a Diretoria de Governança, Risco e Conformidade da Petrobrás, em 2015, João Adalberto Elek Junior recebeu advertência da Comissão de Ética Pública da Presidência da República por ter violado a lei de conflito de interesses. Contratado a peso de ouro no mercado para ser o xerife que blindaria a companhia de crimes de corrupção, ele contratou para serviços de auditoria e consultoria a empresa onde a filha trabalha, o que configura claramente conflito de interesses.

A notícia foi divulgada pela Revista Exame, que teve acesso ao processo onde Elek foi investigado. A Delloitt, empresa onde a filha dele trabalha, foi contratada pela Petrobrás “sem licitação, pelo valor de R$ 25 milhões”, segundo a reportagem. A gestão da petrolífera saiu em defesa do diretor, afirmando que ele “recorrerá nos próximos dias da decisão da Comissão de Ética Pública”.

Em nota aos trabalhadores, a Petrobrás informou ainda que o Conselho de Administração montou uma comissão especial para analisar o caso e concluiu que “não há quaisquer indícios de conflito de interesses”. Um dos argumentos é de que a filha de Elek teria sido admitida pela consultoria antes dele autorizar a contratação da empresa. Esse fato por si só já seria suficiente para inabilitar qualquer possibilidade de contratação da Delloit.

Se o diretor da área de Conformidade não vê problemas em admitir a própria filha para auditar a Petrobrás, imagine o que mais pode ser permitido por sua diretoria, que tem poderes quase que absolutos para intervir em qualquer área da companhia?

Quando a Petrobrás anunciou em 2014 a criação da Diretoria de Governança, Risco e Conformidade e colocou nas mãos do mercado a indicação de seu titular, a FUP já alertava que o objetivo não era coibir a corrupção e sim enquadrar a gestão da empresa aos interesses privados. Todas as decisões da companhia, por exemplo, passam primeiro pelo crivo do diretor de governança. Ou seja, o mercado tem mais influência e poder sobre a Petrobrás do que o próprio Estado, que é o seu acionista controlador.

É no mínimo preocupante que um diretor com tanto poder esteja legislando em causa própria. A advertência que Elek recebeu da Comissão de Ética Pública da Presidência da República foi muito pouco, pois não tem caráter punitivo. A Comissão de Ética da Petrobrás até agora sequer se posicionou sobre o fato. Por muito menos, a empresa autorizou demissões e suspensões de trabalhadores que não tinham envolvimento em fatos tão graves quanto o dele.

A FUP exige o afastamento imediato de João Elek, que não tem condições éticas, nem morais de continuar na gestão da Petrobrás, muito menos à frente da Diretoria de Governança, Risco e Conformidade.

Nesta quarta-feira (23), o Conselho de Administração terá uma reunião extraordinária para avaliar o assunto. Os conselheiros tomarão as devidas providências ou continuarão fingindo que não há nada de mais em um diretor contratar a empresa de auditoria onde a própria filha trabalha?

Fonte: FUP