Acordo Coletivo será do tamanho da luta Acordo Coletivo será do tamanho da luta

Diversos, Notícias, De que lado você está?, Tribuna Livre | 22 de setembro de 2017

2areuniaoact_19setembro_2017A proposta de Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) 2017/2020 apresentada pela Petrobrás no último dia 14 afronta os petroleiros. Além de dizimar uma série de direitos, a empresa quer reduzir um terço das atuais cláusulas do ACT, que são fruto de lutas históricas da categoria.

Entre outras coisas, a proposta traz reajuste salarial de 1,73% no salário básico e na RMNR; redução de 50% no valor das horas extras; fim do auxílio almoço e migração obrigatória para o Vale Refeição/Vale Alimentação; reajuste de 34% para a tabela de Grande Risco da AMS; fim do Benefício Farmácia, da Gratificação de Campo Terrestre, do Adicional do Estado do Amazonas e do Programa Jovem Universitário.

Também estão previstas nova redução da jornada de trabalho do regime administrativo com redução de 20% da remuneração; diminuição da gratificação de férias, que passará a ser de 1/3 (sendo que os 2/3 restantes serão pagos em forma de abono) e fim da vigência de dois anos do ACT.

Ou seja, as mudanças propostas pela Petrobrás obrigam os trabalhadores a serem firmes na luta e, por isso, o Sindipetro/MG e os demais sindicatos filiados à FUP afirmam que o Acordo Coletivo desse ano será reflexo das mobilizações e terá o tamanho da luta da categoria.

Além disso, outro desafio é que a negociação dos petroleiros está acontecendo nas vésperas da implantação da reforma trabalhista, que retirou direitos básicos da classe trabalhadora. Essa ‘contrarreforma’ entra em vigor um dia após o fim da prorrogação do ACT dos petroleiros.

FUP defende Petrobrás pública e integrada

Após a proposta da Petrobrás, a FUP voltou à empresa na última terça-feira (21) para, juntamente com o Grupo de Estudos Estratégicos e Propostas para o Setor de Óleo e Gás (Geep), defender mudanças nos rumos da empresa, a partir da pauta e do aditivo entregues pela FUP à direção da companhia em agosto.

Também nessa reunião, a Federação apresentou à empresa uma proposta para que a Petrobrás volte a ser uma empresa pública e integrada de energia, com foco no desenvolvimento nacional. O equacionamento do déficit da Petros, a subnotificações de acidentes e as privatizações, sendo a mais recente a da Fafen-PR, também foram denunciadas.

Já nessa quinta-feira, em uma terceira reunião de negociação do ACT 2017/2019, diretores sindicais discutiram com os gestores sobre as questões de saúde e segurança previstas na proposta da FUP e na contraproposta da estatal.