Petroleiros participam de encontro nacional do MAB no Rio Petroleiros participam de encontro nacional do MAB no Rio

Diversos, Notícias, Tribuna Livre | 2 de outubro de 2017

encontromabPetroleiros de todo o País participam ao longo dessa semana 8º Encontro Nacional do Movimento dos Atingidos por Barragens, no Rio de Janeiro. O evento reúne populações afetadas por barragens no Brasil e no exterior para discutir um novo modelo energético, soberano e popular.

Assim como no ano passado, quando o MAB se realizou seu encontro anual em Mariana (MG), diretores do Sindipetro/MG acompanham os debates. A abertura do evento aconteceu no domingo (1°) e, nesta segunda-feira (2), a programação teve início com um ato denunciando a impunidade da Vale na tragédia que, há dois anos, deixou 19 mortos em Mariana. O rompimento da barragem da Samarco e da Vale na cidade foi considerado o maior desastre ambiental da história do Brasil.

“Hoje começamos nosso encontro dando o recado da impunidade, da injustiça e colocando a pauta de atingidos a nível nacional, e Mariana é o que temos de mais concreto e que prova a contra o capital vigente em todo o nosso território. É a contradição da exploração da força de trabalho dos trabalhadores e da loucura de expandir o projeto de mineração com a retirada de todos os nossos bens naturais, inclusive de forma assassina”, disse a representante da direção nacional do MAB, Soniamara Maranho.

Segundo o coordenador geral do Sindipetro/MG, Anselmo Braga, o que ocorreu em Mariana também pode acontecer em outras estatais brasileiras ameaçadas de privatização, especialmente as dos setores energéticos, como é o caso da Petrobrás e da Eletrobrás. “A tragédia de Mariana é resultado da privatização da Vale, do lucro acima da vida humana”.

Tanto é que, desde que o governo Temer assumiu e iniciou uma política de redução de custos e de mão de obra e de venda de ativos na Petrobrás, o índice de acidentes da empresa cresceu consideravelmente. Só na Regap, foram três acidentes com grande potencial de explosões, incêndios e intoxicações nos últimos 45 dias. Além disso, já foram registrados acidentes com vítimas na RLam e na Reduc.

Soberania nacional

Um dos temas do 8º Encontro Nacional do MAB é a discussão sobre um novo projeto de energia que seja popular e soberano. Nesta segunda-feira, os debates sobre o tema ocorrem com a participação da Plataforma Operária e Camponesa de Energia, que reúne movimentos sociais e sindicatos de trabalhadores do setor de energia.

“Hoje, há a necessidade de construírmos esse projeto energético popular e, ao mesmo tempo, dialogar com a sociedade para mostrar que os atingidos são vítimas desse modelo que temos hoje. Mas, vítimas também devem se organizar para construir o projeto que eles sonham. Então, nós estamos debatendo isso no nosso encontro”, disse Soniamara Maranho.

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Ainda sobre a questão da soberania energética, o MAB e petroleiros de todo o País farão na terça-feira (3) um ato em defesa do pré-sal e contra a privatização da estatal, que comemora 64 anos nesta data. “O pré-sal é para saúde, educação, reforma agrária, a dívida histórica com os atigidos, transporte público, cultura e tudo aquilo que é bem público do povo brasileiro porque toda a riqueza é feita pelas mãos dos trabalhadores e deve ser usufruído por eles”, afirmou a dirigente do MAB.

“É preciso conscientizar a população sobre os prejuízos para a soberania, a economia e o desenvolvimento do País que representa a privatização da Petrobrás e a entrega do pré-sal aos estrangeiros. É preciso que todos se unam em defesa do nosso patrimônio”, acrescentou Anselmo Braga.

Encontro Nacional dos Atingidos por Barragens

O 8° Encontro Nacional do Movimento dos Atingidos por Barragens acontece até o dia 5 de outubro de 2017 e reúne cerca de 3.500 atingidos de todo o Brasil e representantes de 19 países, no Terreirão do Samba, no Rio de Janeiro. O tema desse ano é Água e Energia como Soberania, Distribuição da Riqueza e Controle Popular.

Após o Encontro, o MAB promoverá nos dias 6, 7 e 8 um seminário internacional com toda delegação estrangeira e a coordenação do movimento no Brasil, além de representantes da Plataforma Operária e Camponesa de Energia, também no Rio.

 

Fonte: Sindipetro/MG com informações do Portal Minas Livre