Petrobrás não precisa vender ativos para atingir meta de alavancagem, afirma Agência Moody’s Petrobrás não precisa vender ativos para atingir meta de alavancagem, afirma Agência Moody’s

Diversos, Notícias, Petroleiros na Mídia, Tribuna Livre | 19 de outubro de 2017

O Instituto INEEP* ligado à FUP antecipou no início deste ano o que a agência MOODY`S descobriu agora: a Petrobrás não precisaria realizar desinvestimentos para reduzir sua dívida. Em 2015, nas discussões sobre a Pauta pelo Brasil, ficou claro para a FUP e para os trabalhadores que a venda de ativos da Petrobrás não seria necessária já que a companhia possuía outras saídas para resolver o problema de sua dívida.

E agora, Nymia Almeida, vice-presidente sênior de crédito da Moody’s afirmou que a perspectiva da agência é que a Petrobrás não precisa vender tantos ativos para atingir a meta de alavancagem.

Fica claro que a decisão de Pedro Parente escondia uma estratégia deliberada de venda de ativos, sem levar em conta os efeitos das perdas de caixa no médio e longo prazo com a venda de ativos operacionais lucrativos e da sua redução na participação da exploração do Pré-Sal. Na verdade, não há nenhuma preocupação com a Petrobrás e sim com o mercado.

Segundo o professor Eduardo Costa Pinto do Instituto de Economia da UFRJ e integrante do Grupo de Estudos Estratégicos e Propostas da Federação Única dos Petroleiros, “É preciso ressaltar que essa meta foi escolhida de forma discricionária pelo atual presidente da Petrobras, que afirmou em entrevista à revista Executivos Valor (maio de 2017): “antecipar a meta de desalavancagem […] de 2,5 vezes de 2020 para 2018, foi uma coisa [decisão] minha”. Ou seja, a estratégia de vender ativos foi imposta pela decisão pessoal do atual presidente da Petrobras.

Esclarecimentos sobre a dívida

A posição da FUP já discutida em outras oportunidades e divulgada em diversos momentos, é que dívida é consequência de investimentos em construção e readequações de refinarias objetivando abastecimento do mercado interno, de investimentos no Pré-Sal que foi a maior descoberta de petróleo do mundo, da transformação de uma empresa de energia integrada que não dependente somente do petróleo e cujo papel central é o desenvolvimento nacional e está aí a razão de seus investimentos.

Em 2015, na discussão da Pauta pelo Brasil, a FUP apontou para alternativas de resolução da dívida da empresa:

1. alongamento da dívida de curto prazo, para longo prazo

2. venda de petróleo ou outros produtos para serem entregues no futuro, em prazos pré-determinados; preço de derivados de petróleo em paridade com o mercado internacional, sem reajustes diários

3. negociação com o Governo Federal sobre revisão dos contratos de Cessão Onerosa

4. securitização da dívida da Eletrobrás, cerca de R$15 bilhões

Muitas destas saídas foram adotadas e a situação da dívida é melhor hoje, somente no segundo trimestre de 2017 o volume de endividamento de curto prazo caiu 20% e o prazo médio da dívida está em 7,88 anos e crescendo.

A meta de redução da relação Dívida Líquida/EBITDA, de 5,3% em 2015 para 2,5% em 2018 é muito rígida, não precisaria ser assim. Hoje já está em 3,23% e poderia chegar em 2021 com 2,5% sem vender nenhum ativo, pelo contrário, estes são fundamentais para geração de caixa da empresa.

* Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis Zé Eduardo Dutra

 

Fonte: FUP