Ato na ALEP constrói agenda de lutas em defesa da Petrobrás no Paraná Ato na ALEP constrói agenda de lutas em defesa da Petrobrás no Paraná

Diversos, Eventos, Notícias, De que lado você está?, Tribuna Livre | 16 de novembro de 2017

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Com participação de petroleiros, petroquímicos, professores, eletricitários, bancários e movimentos sociais que integram a Plataforma Operária e Camponesa da Energia, o Ato em Defesa dos Investimentos da Petrobrás no Paraná, realizado terça-feira (14), à noite no Plenarinho da Assembleia Legislativa do Estado (ALEP), apontou uma ampla agenda de luta contra a venda da Araucária Nitrogenados e as ameaças de desativação da SIX (Usina de Xisto).

O ato foi organizado pelo Sindiquímica-PR e Sindipetro-PR/SC, em conjunto com o mandato do deputado estadual Tadeu Veneri (PT), e contou também com a presença das direções sindicais petroleiras de vários estados do país, que estão em Curitiba para o Conselho Deliberativo da FUP. O diretor do Sindiquímica, Gerson Castellano, ressaltou a importância da resistência unitária da categoria à privatização da Araucária Nitrogenados, lembrando que “se a venda da Fafen acontecer de forma suave, sem a devida resistência, todo o resto vai por água abaixo”.

Unidade na resistência

“O processo de resistência aqui é fundamental para barrar a privatização integral da Petrobrás. Já passamos por isso em 1993, quando a nosso unidade foi privatizada pela primeira vez, e sempre resistimos, mesmo quando estávamos na iniciativa privada, pois, independente de qualquer coisa, entendemos o papel fundamental que a Petrobrás tem para a nação. Está no nosso sangue essa luta. A Petrobrás é muito mais do que uma empresa, ela foi um sonho construído pela sociedade, para nos dar autonomia e soberania”, afirmou Castellano.

A Fábrica de Fertilizantes, em Araucária, está sendo privatizada, através de uma negociação de venda casada, que inclui também a Fábrica de Fertilizantes do Mato Grosso do Sul (UFN-III), cuja planta sequer entrou em operação, pois teve a obra paralisada em dezembro de 2014, com 80% do projeto concluído. Devido aos impairments realizados pela atual gestão da Petrobrás, a unidade Paraná vale contabilmente zero reais (R$ 0,00). Através de uma Ação Civil Pública, a FUP está contestando na Justiça a entrega deste importante ativo, que tem capacidade de produzir anualmente cerca de 700 mil toneladas de ureia e 475 mil toneladas de amônia, além do valioso e estratégico Agente Redutor Líquido Automotivo (Arla 32).

Impactos na economia do estado

alepO presidente do Sindipetro-PR/SC, Mário Dal Zot, destacou a importância que a Petrobrás e suas subsidiárias têm para a economia do Paraná, cujos investimentos representam atualmente 7% do PIB do estado, mas já chegaram ao dobro disso. Só a Repar gera mais de R$ 2 bilhões anuais em ICMS, o que representa mais de 80% da arrecadação da cidade de Araucária, onde está localizada. “Como uma empresa estatal, a Petrobrás tem compromissos não só com o desenvolvimento econômico, mas também social. Infelizmente, nós não vemos isso na atual gestão.

A SIX, que tem capacidade instalada para o processamento de 5.880 toneladas diárias de xisto pirobetuminoso, é responsável por mais de 50% de toda a arrecadação do município de São Mateus. O xisto gera óleo combustível, nafta, gás combustível, gás liquefeito e enxofre, além de outros derivados que podem ser utilizados nas indústrias de asfalto, cimenteira, agrícola e de cerâmica.

“Temer fez a opção pela subserviência”

O coordenador da FUP, José Maria Rangel, destacou que os cortes nos investimentos da Petrobrás e as privatizações de subsidiárias e de vários ativos estratégicos da empresa é por uma opção do governo. “Esse governo ilegítimo fez uma opção pela subserviência e por um Estado mínimo. Ele (Temer) acredita nisso e foi colocado lá para isso”, afirmou, lembrando que a Petrobrás sempre sofreu perseguição por parte dos entreguistas de plantão.

“A nossa empresa foi criada através de um movimento de massas, a campanha ‘O petróleo é nosso’, e a gente vem resistindo bravamente aos ataques contra ela”, destacou Zé Maria, contextualizando os diversos momentos em que a Petrobrás foi alvo de golpes, desde o governo Getúlio Vargas, passando pela deposição de João Goulart e mais recentemente o impeachment da presidente Dilma. “A nós, cabe a resistência sempre, como estamos fazendo e não vamos abaixar a cabeça para esses golpistas”, avisou.

Agenda de resistência

Ao final do debate, o deputado estadual Tadeu Veneri elencou as principais propostas para barrar o desmonte da Petrobrás no Paraná:

– Organizar visitas formais de uma comissão de deputados estaduais às unidades da Petrobrás no Paraná, com acompanhamento dos sindicatos;
– Criar o Comitê de Defesa Permanente da Fafen-PR;
– Realizar audiências públicas nas Câmaras de Vereadores de Araucária, São Mateus e de Curitiba;
– Denunciar constantemente no plenário da ALEP os impactos da privatização e desmonte das unidades da Petrobrás no Paraná.

Fonte: FUP