EDITORIAL – Eleição sem Lula é golpe EDITORIAL – Eleição sem Lula é golpe

Opinião | 19 de janeiro de 2018

Após quase dois anos de um golpe na cara e no lombo de brasileiras e brasileiros, vemos nas eleições de 2018 uma oportunidade de estancar essa sangria. Entretanto, não se trata somente de pensarmos e construirmos uma candidatura que esteja do nosso lado – trata-se, antes disso, de lutarmos pelo nosso direito de decidir sobre nosso futuro. Trata-se, mais uma vez, de lutarmos em defesa da democracia.

O próximo dia 24, dia do julgamento do recurso da defesa de Lula, é somente mais um capítulo do recente caso de estupro da nossa democracia. A Operação Lava Jato, após viabilizar um golpe parlamentar contra Dilma Rousseff, encaminhou uma condenação sem provas contra a principal liderança popular deste País e atual favorito nas pesquisas eleitorais. Agora, em sua tentativa de buscar a revisão da condenação em tribunais superiores, vemos prazos atropelados e cartas já marcadas para confirmar a decisão de Sérgio Moro.

Tudo isso tem sido nos passado como se tratasse apenas de procedimentos corriqueiros de um país democrático contra a corrupção, como se fosse normal. Por mais que as elites assim o queiram, isso não pode nos parecer normal. A tentativa de impedir Lula de se candidatar por meio de uma perseguição político-jurídica é uma movimentação clara contra a possibilidade de o Brasil voltar a ter um governo com uma visão minimamente popular.

Eleição sem Lula é fraude? Eleição sem Lula é golpe! Assim como dizíamos ao longo da farsa do impeachment, aquela conspiração golpista não visava somente destruir Dilma ou o PT. Era preciso abrir caminhos para a destruição de um esboço de país mais justo e igualitário. Era preciso destruir uma ideia! Inviabilizar Lula, símbolo maior dessa ideia no imaginário popular, é somente seguir o roteiro desse golpe.

Muito tem se falado da importância da unidade da esquerda e das forças populares para enfrentar esse golpe. Agora, definitivamente, é momento de relevar as diferenças para lutarmos juntos por uma única bandeira: a defesa da democracia. É preciso mais do que nunca que nós estejamos unidos pelo direito de Lula ser candidato nas eleições de 2018. Nos dias 23 e 24 de janeiro, estaremos em Porto Alegre e nas ruas das grandes cidades do Brasil, confiantes de estarmos por mais uma vez do lado certo da História. Não será uma mobilização popular em torno de um candidato ou de uma plataforma política, mas sim de um ideal de democracia que a todo tempo tem sido golpeado.

Sindipetro/MG