Acordo de PLR é válido até 2019 Acordo de PLR é válido até 2019

Diversos, Notícias, Tribuna Livre | 2 de fevereiro de 2018

plr-reuniao-30janNa terceira e última reunião com a Petrobrás sobre a Participação dos Lucros e Resultados (PLR), realizada em 29 de janeiro, a FUP não aceitou nenhuma mudança proposta pela empresa e reafirmou o que prevê o Acordo de Regramento da PLR, cuja vigência é até 14 de fevereiro de 2019. O acordo foi assinado em 2014 e é válido por cinco anos, com revisões a cada dois anos.
Segundo o coordenador geral da FUP, José Maria Rangel, a PLR 2018 deve ser paga em 2019 e será sobre o acordado no regramento vigente. “Não aceitamos as proposições da companhia, mas queremos discutir a empresa como um todo e propusemos aos gestores de RH um calendário”.
Durante as negociações, a empresa não deixou clara sua proposta de mudança para o regramento da PLR. Apenas indicou que ela seria composta por seis indicadores, na seguinte ordem de importância: Margem Ebitda; Fluxo de Caixa Livre (FCL); Gastos Operacionais Gerenciáveis (GOG), Custo de Extração (Brasil + Exterior), Volume de Petróleo e Derivados Vazados (VAZO) e Custo Operacional do Refino (COR).
Para José Maria os indicadores apresentados estão alinhados com os interesses da atual direção da Petrobrás: uma empresa de escritório, preocupada somente em garantir rentabilidade ao mercado financeiro. Ainda conforme ele, os indicadores propostos vem em uma linha de valorização de índices financeiros em detrimento de índices relacionados à produção, fruto do esforço diário da categoria petroleira.

Parente veio para acabar com a PLR

00privatiza-pedroNos últimos três anos, os petroleiros não receberam PLR – a última foi em 2014. Entre as justificativas da empresa para o não pagamento é que a houve prejuízo em razão da corrupção denunciada pela operação Lava Jato. Entretanto, há controvérsias.
Um dos fatos que aponta que o prejuízo da empresa não está relacionado à corrupção é que, com a nova política de preços adotada por Pedro Parente em 2016, a companhia teve uma queda de receita de 12% (mais de R$ 35 bilhões) em relação a 2015. Ao permitir a entrada de importadores de derivados no mercado brasileiro, a empresa reduziu sua participação e, consequentemente, seus lucros.
Outro ponto contraditório são os impairments – ajustes contábeis que consideram a deterioração de ativos em comparação a valor de venda. Nos últimos três anos, a empresa perdeu R$ 112,4 bilhões com impairments, 18 vezes mais do que as perdas estimadas com a corrupção desde o início da operação Lava Jato (R$ 6,6 bilhões).
Ou seja, duas práticas adotadas pela própria empresa visam reduzir seu lucro , e consequentemente prejudicar os trabalhadores. Além disso, a Petrobrás, que chegou a ter suas ações vendidas a R$ 4,80 e enfrentou dificuldades em razão do preço do barril do petróleo no mercado internacional (que chegou a ser vendido por menos de US$ 40 em 2016 e hoje está sendo negociado por US$ 69), agora tem ações a R$ 19,84 (dados de quarta-feira (26), data de fechamento deste jornal).
Além disso, a própria PLR de 2017 está ameaçada por um acordo feito com investidores americanos, acionistas e detentores de títulos da estatal. Esse acordo de US$ 2,95 bilhões – equivalente a R$ 10 bilhões – foi anunciado pela Petrobrás no dia 3 de janeiro, mas deve ser contabilizado ainda no balanço de 2017. Isso pode fazer com que a empresa tenha prejuízo e, novamente, não pague PLR aos petroleiros.