Conheça 13 personalidades que marcaram a história de luta das mulheres Conheça 13 personalidades que marcaram a história de luta das mulheres

Diversos, Notícias, Tribuna Livre | 8 de março de 2018
Hoje, 8 de março, comemoramos o Dia Internacional da Luta das Mulheres. Ao longo da história, muitas mulheres lutaram para conquistar direitos e espaço na sociedade. Luta que continua sendo muito atual e extremamente necessária.
 
Na capa do jornal A Petroleira, de 1º de março, nos inspiramos pelo ideal da revolucionária Rosa Luxemburgo e pela história de outras 12 mulheres que deixaram suas marcas na luta pela emancipação feminina, pela garantia de direitos, contra a violência doméstica e que contribuíram com suas produções artísticas e acadêmicas visando um mundo melhor.
 
Para conhecer mais sobre essas grandes mulheres, contamos um pouco da história de cada uma delas nesta matéria. 
 
O Sindipetro/MG deseja que este 8 de março seja mais uma oportunidade para que todos possam reconhecer a força das mulheres e agregar à luta contínua contra o machismo e o patriarcado e pela igualdade de direitos independente de gênero.

“Por um mundo onde sejamos socialmente iguais, humanamente diferentes e totalmente livres”, Rosa Luxemburgo.

rosa-luxemburgo-filc3b3sofa-marxista-economista-polc3adtica-lc3adder-2Rosa Luxemburgo (1871-1919): revolucionária e teórica marxista polonesa, naturalizada alemã, tornou-se dirigente do movimento comunista internacional. Em 1916, socialistas mais radicais, liderados por Karl Liebknecht e Rosa Luxemburgo, formaram o grupo Spartacus – que daria origem, em 1918, ao Partido Comunista Alemão. Ela foi assassinada em Berlim, Alemanha, no dia 15 de janeiro de 1919.

 

 

 

simone-free-to-useSimone de Beauvoir (1908-1986): foi escritora, filósofa existencialista, memorialista e feminista francesa. Foi considerada uma das maiores representantes do pensamento existencialista francês. Ligada aos movimentos sociais, Simone realizou viagens para diversos países, entre eles, China (1955), Cuba e Brasil (1960) e União Soviética.  Em 1971, assumiu a direção da revista política, literária e filosófica de extrema esquerda, “Les Temps Modernes”, criada por ela e pelo filósofo Jean Paul Sartre, em 1944.

 

 

 

 

anitagaribaldiAnita Garibaldi (1821-1849): considerada a “Heroína dos Dois Mundos”, Anita recebeu esse título por ter participado de diversas batalhas no Brasil e na Itália, ao lado de seu marido Giuseppe Garibaldi. Lutou na Revolução Farroupilha (Guerra dos Farrapos), na Batalha dos Curitibanos e na Batalha de Gianicolo, na Itália. Anita Maria de Jesus Ribeiro faleceu em Mandriole, Itália, no dia 04 de agosto de 1849.

 

 

 

 

 

 

 

 

BE024335 - Shows Elizabeth Eckford, one of the nine negro students whose admission to Little Rock's Central High School was ordered by a Federal Court following legal action by NAACP legal defense fund attorneys. 06 Sep 1957, Little Rock, Arkansas, USA Credito: Bettmann/Getty Images

Elizabeth Eckford: considerada a primeira mulher negra a desafiar o racismo nas escolas exclusivas para brancos no sul dos EUA. Quando tinha 15 anos, a Justiça dos Estados Unidos declarou que a segregação dos alunos negros era ilegal. Ainda assim, nove alunos negros, incluindo Elizabeth,  sofreram ataques racistas ao tentarem entrar na escola Little Rock Central High School, no Arkansas. Em 1958, Elizabeth Eckford mudou-se para Saint Louis, no Missouri, para fazer o curso de História. Após a faculdade, ela tornou-se a primeira mulher americana negra a trabalhar em um banco em um cargo. Em 1960, voltou à Little Rock Central High School, onde foi professora.

angela-davisAngela Davis: educadora e professora, Davis foi símbolo da causa negra na década de 1960 nos EUA. Sua militância ganhou foco na luta por reformas no sistema prisional e contra aprisionamentos injustos – e foi essa luta que a levaria justamente para dentro da prisão. Angela estudava o caso de três jovens negros, acusados de matarem um policial. Durante o julgamento, um dos três jovens, armado, tomou o tribunal e o juiz como reféns. O evento terminaria em confronto direto, com a morte dos três réus e do juiz. Angela foi acusada de ter comprado as armas utilizadas no crime, o que, pela lei da California, a ligava diretamente aos assassinatos. Angela Davis foi tratada como uma terrorista de alta periculosidade, e condenada e confinada em 1971. Depois da prisão, Angela se tornou uma destacada professora de história, estudos étnicos, estudos femininos e história da consciência em diversas das maiores universidades dos EUA e do mundo.

 

 

 

 

coracoralinaCora Coralina (1889-1985): poetisa e contista goiana, Ana Lins dos Guimarães Peixoto, ou Cora Coralina, publicou seu primeiro livro aos 75 anos.  Cursou apenas até a terceira série do curso primário. Começou a escrever poemas e contos quando tinha 14 anos, chegando a publicá-los no jornal de poemas “A Rosa”, em 1908. Com 70 anos decidiu aprender datilografia para preparar suas poesias e entregá-las aos editores. Em 1965, aos 75 anos conseguiu realizar o seu sonho de publicar o primeiro livro, “O Poema dos Becos de Goiás e Estórias Mais”. Em 1976, foi lançado seu segundo livro “Meu Livro de Cordel”. O interesse do grande público só foi despertado graças aos elogios do poeta Carlos Drummond de Andrade, em 1980. Nos últimos anos de sua vida, sua obra foi reconhecida e Cora foi convidada para participar de conferências e programas de televisão. Cora Coralina foi homenageada com o título de Doutor Honoris Causa da Universidade Federal de Goiás. Foi eleita com o “Prêmio Juca Pato” da União Brasileira dos Escritores, como intelectual do ano de 1983, com o livro “Vintém de Cobre: Meias Confissões de Aninha”. Cora Coralina faleceu em Goiânia, Goiás, no dia 10 de abril de 1985.

 

 

 

 

 

dandaraDandara: Dandara dos Palmares lutou com armas pela libertação total das negras e negros no Brasil. Ela liderava mulheres e homens, também tinha objetivos que iam às raízes do problema e, sobretudo, não se encaixava nos padrões de gênero que ainda hoje são impostos às mulheres. É exatamente por essa marca do machismo que Dandara não é reconhecida nem estudada. A maior parte da sua história é envolta em grande mistério. Dandara suicidou-se (jogou-se de uma pedreira ao abismo) depois de presa, em 6 de fevereiro de 1694, para não retornar à condição de escrava. Ela ainda vive em todos que lutam por liberdade.

 

 

 

 

 

 

maya_branding-boxMaya Angelou (1928 – 2014): Maya Angelou nasceu em St. Louis, Missouri, Estados Unidos, e exerceu diversas profissões durante sua vida – foi atriz e até condutora de bonde. Atuou nos movimentos de Martin Luther King e Malcolm X. Nos anos 60 viveu no Egito e em Gana, trabalhando para os movimentos de direitos civis. Maya publicou dezenas de coletâneas de poemas. Sua consagração literária, no entanto, veio com o livro de memórias “I Know Why the Caged Bird Sing” (Eu Sei por que o Pássaro Canta na Gaiola), de 1969, no qual narra a infância no sul racista de seu país natal. No livro, relata a infância traumática após sofrer um estupro aos oito anos, pelo namorado de sua mãe. A violência a deixou muda durante anos. O livro se tornou o primeiro best-seller de não ficção escrito por uma mulher negra. Ela ainda escreveu outros cinco livros de memórias depois desse. Maya Angelou faleceu em Winston-Salem, na Carolina do Norte, Estados Unidos, no dia 28 de maio de 2014.

 

 

 

 

 

ellabakerElla Baker (1903  – 1986): ativista dos direitos civis e dos direitos humanos, Ella foi organizadora de movimentos por mais de 50 anos, ficando a maior parte do tempo nos bastidores. Era crítica da profissionalização da liderança política carismática e atuava na organização de base. Também era defensora de uma democracia radical, defendendo que os oprimidos possuem capacidade de entender o mundo e falar por si mesmos. Ella foi considerada como a mulher mais influente no Movimento dos Direitos Civis, conhecida por suas críticas não só ao racismo dentro da cultura americana, mas também ao sexismo e ao classismo dentro do próprio Movimento. Ela trabalhou com os principais líderes do movimento por direitos civis do século XX e foi mentora de muitos ativistas.

 

 

 

 

 

marieMarie Curie (1867-1934): cientista polonesa que descobriu e isolou os elementos químicos polônio e rádio trabalhando junto com Pierre Curie. Foi a primeira mulher a ganhar o Prêmio Nobel de Física e a primeira mulher a lecionar na Sorbonne.  Em 1910 o rádio metálico puro foi isolado por Marie Curie, em colaboração com André Debierne. Em 1911 tornou-se a primeira personalidade a receber um segundo Prêmio Nobel, desta vez pelas experiências sobre as propriedades químicas das substâncias radiativas. Marie Curie faleceu em Passy, na França, no dia 4 de julho de 1934.

 

 

 

 

 

 

nisiaNísia Floresta (1810 – 1885):   educadora, escritora e poetisa potiguar,  Nísia é considerada a primeira feminista brasileira. Publicou Opúsculo Humanitário, uma coleção de artigos sobre emancipação feminina, que foi merecedor de uma apreciação favorável de Auguste Comte, pai do positivismo. Em 1878 publicou seu último trabalho Fragments d’un ouvrage inédit: Notes biographiques. Nísia faleceu em Rouen, na França, aos 75 anos, a 24 de abril de 1885, de pneumonia.

 

 

 

 

 

 

 

 

mariadapenhaMaria da Penha: farmacêutica cearense que lutou para que seu agressor viesse a ser condenado. Maria da Penha tem três filhas e hoje é líder de movimentos de defesa dos direitos das mulheres. Em 1983, seu marido, o professor colombiano Marco Antonio Heredia Viveros, tentou matá-la duas vezes. Na primeira vez atirou simulando um assalto, na segunda tentou eletrocutá-la enquanto ela tomava banho. Por conta das agressões sofridas, Penha ficou paraplégica.

Seu agressor foi condenado somente em outubro de 2002, quando faltava apenas seis meses para a prescrição do crime. Ele foi preso e cumpriu apenas 1/3 de sua pena. Foi solto em 2004. O episódio chegou à Comissão Interamericana dos Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA) e foi considerado, pela primeira vez na história, um crime de violência doméstica. Em 7 de agosto de 2006 foi sancionada a lei que leva seu nome: a Lei Maria da Penha, importante ferramenta legislativa no combate à violência doméstica e familiar contra mulheres no Brasil. A lei reconhece a gravidade dos casos de violência doméstica e retira dos juizados especiais criminais (que julgam crimes de menor potencial ofensivo) a competência para julgá-los.

Maria da Penha é fundadora do Instituto Maria da Penha, uma ONG que luta contra a violência contra a mulher e também  é coordenadora de estudos da Associação de Estudos, Pesquisas e Publicações da Associação de Parentes e Amigos de Vítimas de Violência (APAVV), no Ceará.

 

 

 

 

 

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Amelia Jenks Bloomer (1818 – 1894): ativista do direito das mulheres, Amelia Bloomer ficou conhecida por introduzir o uso de calças no vestuário feminino. Uma das reivindicações de Bloomer e suas amigas miitantes era um vestuário mais confortável e prático para as mulheres da época, que já trabalhavam em fábricas ou no campo ou mesmo praticavam esportes. Elas queriam usar calças, peça que diferenciava homens de mulheres. É considerada uma das primeiras feministas da história. O traje que leva o nome da criadora baseava-se em calças largas que eram presas na altura dos tornozelos e usadas por baixo dos vestidos, proporcionando uma melhor mobilidade para quem a usasse. Infelizmente o traje pouco se popularizou na época, devido as críticas feitas pela imprensa, mas a iniciativa de se questionar o conforto feminino ajudou milhares de mulheres que na época viviam entre espartilhos apertados e trajes incômodos.

 

 

 

 

 

 

eva-peronEva Perón (1919-1952): primeira-dama da Argentina durante o primeiro mandato do presidente Juan Domingo Perón, Eva Perón, ou Evita, foi reverenciada na Argentina e tornou-se um mito da história da política mundial. Ela assumiu a Secretaria do Trabalho, onde realizou ações relevantes para assegurar os direitos trabalhistas, a proteção às crianças, aos idosos e às mulheres em situação de risco. Em 1948 criou a Fundação Eva Perón, com o objetivo de ajudar os necessitados. Sua preocupação com a situação da mulher a levou a fundar, em 1949, o Partido Peronista Feminino e a promover medidas para a melhor integração da mulher no mercado de trabalho. Graças às suas intervenções, os trabalhadores e os setores marginalizados conquistaram melhores condições de vida. Eva Perón faleceu em Buenos Aires, Argentina, no dia 26 de julho de 1952.

 

Fontes: EBiografia, Memória Viva, Geledes, Nossa Causa, HypenessAnita bem Criada, Eu Visto Porque, UOL Educação, Wikipedia.