STF cumpre mais uma etapa do golpe STF cumpre mais uma etapa do golpe

Opinião | 5 de abril de 2018

lula-pb2O Sindipetro/MG repudia veementemente a atuação vexatória do Supremo Tribunal Federal (STF) no julgamento que rejeitou o pedido de habeas corpus apresentado pela defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em um jogo de cartas marcadas, o julgamento foi marcado por malabarismos jurídicos e retóricas populistas por parte de ministros, que buscavam justificar seus votos perante a tal da opinião pública.

Pressionados pelas baionetas do Exército e pelos grandes veículos de comunicação – em especial, a Rede Globo -, o País acompanhou o espetáculo de a Constituição Brasileira ser rasgada mais uma vez, apesar de críticas de parte da Corte. A estratégia da presidenta Carmem Lúcia, de julgar a situação específica de Lula antes de se discutir o tema geral sobre a prisão após segunda instância, possibilitou a formação de maioria desfavorável ao ex-presidente.

Mas, no final das contas, o que esperávamos do STF? A Suprema Corte brasileira ilustra bem o que é o nosso poder judiciário: uma instituição a serviço do status quo, pouco democrática e afogada em privilégios. Esse mesmo tribunal sempre respaldou ou se omitiu diante de golpes e regimes antidemocráticos, de 1964 a 2016.

O momento, portanto, aponta para o fim das ilusões. Não podemos mais subestimar a capacidade e a intenção golpista das elites econômicas e políticas desse País. Não podemos mais acreditar que o golpe não seguirá avançando sobre nós, classe trabalhadora, porque “tá ficando feio”.

A entrega do pré-sal, as privatizações, as reformas neoliberais, a criminalização dos movimentos sociais, os ataques aos nossos direitos (da AMS à Petros) – toda onda de retrocessos está vinculada a esse processo que chamamos de golpe. Com a prisão de Lula, símbolo maior de um campo político ligado à luta popular, a tendência é que o golpe seja ainda mais radicalizado e intensificado.

Diante desse cenário, não resta outra arma aos trabalhadores que não a mobilização. Segue cada vez mais urgente e importante a necessidade de nos unirmos, nos organizarmos e nos conscientizarmos. São tempos sombrios e desanimadores, mas não é a primeira vez que nós, classe trabalhadora, passamos por dificuldades.

O golpe segue, mas a luta tem que continuar. E lutar por nossos direitos e pela democracia é seguir lutando em defesa de Lula.

 

Sindipetro/MG