Lava Jato: dois pesos,  duas medidas Lava Jato: dois pesos, duas medidas

Opinião | 6 de abril de 2018

Nos últimos anos, o espetáculo midiático envolvendo a Operação Lava Jato direcionou os holofotes da opinião pública para setores do Judiciário, da Polícia Federal e do Ministério Público. Alçados à posição de heróis nacionais na tarefa do combate à corrupção, vimos Dallagnóis, Janots, Carmens e Moros sendo afagados e estimulados pela grande imprensa a se portarem cada vez mais descaradamente como agentes políticos.

A atuação desses tais salvadores da pátria passou a extrapolar certos limites éticos e republicanos. O jejum de Deltan Dalagnol para pressionar o STF a decidir pela prisão de Lula é só mais um exemplo de como as instituições se transformaram em um show de calouros.
Para alguns, tudo vale para combater a tal da corrupção e fim de papo. Entretanto, são claras e reincidentes as situações em que STF, PF e MPF agiram de forma seletiva. Vale tudo pra todo mundo?

A liberdade dada para amigos de Temer, solicitada pelo MPF e acatada pelo STF, evidenciou por mais de uma vez como são contraditórios esses tais guardiões da moralidade. O que dizer sobre a atuação desses ‘anjos da neutralidade’ perante Aécio, Jucá, Moreira Franco, Padilha e Temer?
Não vale tudo para combater a corrupção se a nossa Justiça tem lado. Se o que queremos é democracia, não podemos admitir que a luta contra a corrupção seja usada como pretexto para eliminar ou inviabilizar grupos políticos. Para isso, temos outro nome: Estado de Exceção.