Editorial: 1° de Maio: nada a comemorar, muito a se lutar! Editorial: 1° de Maio: nada a comemorar, muito a se lutar!

Opinião | 27 de abril de 2018

Nos últimos três anos, temos insistido na importância de transformarmos o 1° de Maio em uma data que não se limite às comemorações e ao sorteio de brindes, mas sim em um dia de luta. A complicada conjuntura política e econômica para trabalhadoras e trabalhadores brasileiros tem reforçado, ano a ano, a necessidade de retomarmos a simbologia e a história associada a essa data tão cara para a classe trabalhadora.

O Dia do Trabalhador, internacionalmente lembrado como uma data de denúncia à exploração capitalista sobre os trabalhadores, surgiu de uma bandeira histórica do movimento sindical: a luta pela redução da jornada de trabalho. Em 1° de maio de 1886, iniciava-se uma greve geral promovida por trabalhadores de Chicago, cuja repressão sangrenta resultou na morte de 38 grevistas. A paralisação reivindicava a redução da jornada média de trabalho de 15 para 8 horas diárias.

No Brasil, o 1º de Maio deste ano se dará em um momento emblemático. Passados dois anos de luta e resistência contra mais um golpe, a classe trabalhadora brasileira assiste à prisão política de sua principal liderança trabalhista, nascida e criada no seio da luta sindical. Além disso, convivemos com as consequências de uma reforma trabalhista que rasgou a CLT, conjunto de garantias de trabalho digno aos trabalhadores desse país, promulgada curiosamente num 1° de Maio de 1943, por Getúlio Vargas.

Como se não bastasse, recebemos, na última semana, o anúncio criminoso de privatização de mais uma parcela da Petrobrás – estatal criada pelo mesmo Vargas após intensa mobilização popular. A venda de parte do parque de refino para o capital estrangeiro segue a linha entreguista de Parente, agente do mercado responsável pela espoliação do patrimônio público, com destaque para nosso maior tesouro: o pré-sal. Não por coincidência, foi exatamente num 1° de Maio, em 2009, que foi dado início à exploração dessa riqueza.

Diante de tantos retrocessos e ataques sobre a classe trabalhadora é importante resgatarmos o que o 1° de Maio simboliza. Por mais de um século, a classe trabalhadora brasileira viu essa data marcar conquistas históricas para a nossa gente. O que a história também nos diz é que nenhuma dessas vitórias nasceu sem lágrimas, sem sangue, sem batalhas perdidas ou sem a união dos trabalhadores. Sigamos, de novo, em luta, até a vitória!