Petroleiras debatem privatização, democracia e direitos em encontro Petroleiras debatem privatização, democracia e direitos em encontro

Diversos, Notícias, Tribuna Livre | 4 de maio de 2018

img_0335A luta das mulheres por democracia, direitos e em defesa da Petrobrás foram pontos de debate no 6º Encontro de Mulheres Petroleiras da FUP, que aconteceu entre 27 e 29 de abril em Natal, no Rio Grande do Norte.
O Encontro reuniu 56 delegadas de todo o País, sendo nove de Minas Gerais, além de autoridades locais, militantes e artistas na capital potiguar, e foi promovido pelo Coletivo de Mulheres Petroleiras da FUP.
Os impactos do Plano de Negócios e Gestão (PNG) 2018-2022 da Petrobrás no Nordeste e da reforma trabalhista na vida dos trabalhadores, com foco nas mulheres, também foram pontos de discussão no encontro.
A pesquisadora em desenvolvimento regional do Ineep, Caroline Scotti Vilain, apresentou sua pesquisa em relação ao novo PNG da empresa, que é focado no desinvestimento e na atuação apenas no setor de exploração e produção, abandonando atividades importantes para o desenvolvimento do País, como o refino, a logística e a área de biocombustíveis.
A pesquisadora destacou que, em 2017, foram US$ 4,5 bilhões em vendas de ativos, e a meta de desinvestimento da empresa até 2022 é de US$ 21 bilhões. Ou seja, a estratégia adotada por Pedro Parente ainda vai render a venda de muitos ativos da Petrobrás.
Vilain explicou que a saída da Petrobrás desses setores impactam diretamente os agricultores, comerciantes e prestadores de serviço no entorno das refinarias, fábricas e usinas onde a empresa deixa de atuar.
Segundo a pesquisadora, com as estratégias de desinvestimento, a empresa não será sustentável a longo prazo e vai prejudicar principalmente áreas mais pobres do País, como o Nordeste. No Rio Grande do Norte, por exemplo, a Petrobrás representa 42% da atividade industrial do Estado.
Com o anúncio de venda de duas refinarias na região, RNEST-PE e RLAM-BA, a previsão é de aumento do desemprego e redução do desenvolvimento econômico e social gerado pela criação e manutenção de complexos industriais petrolíferos.
A saída da Petrobrás do refino também afetará o desenvolvimento do País em pesquisa e tecnologia voltados para o petróleo, que agregam valor ao produto brasileiro e incentivam a produção científica nas universidades do País.