Nota do Sindipetro/MG sobre a greve dos caminhoneiros Nota do Sindipetro/MG sobre a greve dos caminhoneiros

Diversos, Notícias, Tribuna Livre | 25 de maio de 2018

logo-nova_opiniao_siteO Sindipetro/MG manifesta apoio à pauta levantada pela greve dos caminhoneiros – que defendem a redução dos preços dos combustíveis no Brasil. Transportadores de todo o País estão parados desde o dia 21 de maio em um legítimo movimento grevista.

Assim como os caminhoneiros, a categoria petroleira também está lutando pela redução dos preços dos combustíveis no Brasil. Hoje, o País tem uma das mais altas tarifas de gasolina, diesel e gás de cozinha do mundo e a principal causa disso é a política de preços adotada pela Petrobrás desde o golpe contra a presidenta Dilma Rousseff.

Uma das principais demandas do movimento dos caminhoneiros é a redução ou isenção dos impostos que incidem sobre o diesel no País (ICMS, CIDE e Pis/Cofins) – que respondem por 27% do preço final do combustível. Essa é uma reivindicação justa e legítima, já que a carga tributária no País é historicamente desigual – penalizando os mais pobres e a classe média, e aliviando para os mais ricos.

Entretanto, nós, petroleiras e petroleiros, temos buscado chamar atenção para a grande responsabilidade do processo de privatização da Petrobrás para esse quadro de aumentos constantes e excessivos dos preços dos combustíveis. Desde que Michel Temer assumiu a Presidência da República e nomeou Pedro Parente para presidir a Petrobrás, a política da maior estatal do País voltou-se exclusivamente aos interesses do mercado, em detrimento do bem-estar do povo brasileiro.

Nos últimos dois anos, a empresa iniciou um processo de entrega de setores estratégicos da Petrobrás ao mercado privado. Ao instituir uma política de preços para os combustíveis atrelada ao valor internacional do barril do petróleo, a estatal abriu mão do seu papel de reguladora dos preços de produtos como o gás de cozinha, o óleo diesel e a gasolina. Além disso, a gestão Parente tem reduzido a produção nas refinarias e colocado à venda parte do seu parque de refino, de modo a consolidar a entrega do mercado de combustíveis para o setor privado.

Essa política criminosa e deliberada de Pedro Parente e Michel Temer foi responsável por elevar o preço dos combustíveis nas refinarias em cerca de 35% nos últimos três meses. O objetivo da atual direção é tornar a Petrobrás mais atrativa a possíveis compradores e investidores externos, deixando de atender seu principal acionista: a população brasileira.

São por esses motivos que os petroleiros de Minas, assim como toda a categoria petroleira brasileira, aprovaram uma greve contra a privatização da Petrobrás e contra a atual política de preços dos combustíveis. Desde o último dia 23, estamos realizando paralisações em algumas de nossas bases, como a Refinaria Gabriel Passos (Betim/MG) e a Usina Termelétrica Aureliano Chaves (Ibirité/MG), de maneira a construírmos um grande movimento nacional.

Embora possa haver interesses patronais e até golpistas na greve dos caminhoneiros, o movimento foi capaz de alçar o tema da política de preços da Petrobrás ao debate político nacional. Apesar das tentativas da grande mídia e do empresariado de isentar a política criminosa de Pedro Parente no comando da estatal, a greve dos caminhoneiros abriu uma oportunidade histórica para se debater com a sociedade as consequências nefastas e concretas do golpe para a vida do povo brasileiro.

É de nossa responsabilidade buscar alertar a população de que o problema do preço da gasolina, do diesel e do gás de cozinha no Brasil não será resolvido apenas com a redução ou isenção de impostos. Se queremos combustíveis a preços justos para a população brasileira, é preciso combater e interromper esse processo de privatização e entrega da Petrobrás para a iniciativa privada.

Sindipetro/MG