Manifesto pela unidade dos trabalhadores petroleiros Manifesto pela unidade dos trabalhadores petroleiros

Diversos, Notícias, Tribuna Livre | 29 de maio de 2018

Aos trabalhadores da Refinaria Gabriel Passos e Termelétrica Aureliano Chaves,

Nesse momento de grave crise que estamos passando, a unidade dos trabalhadores, sejam diretos ou terceirizados, é fundamental. Lutamos pelos empregos, pelos direitos e, nesse momento, principalmente, por preços justos para os derivados de petróleo, seja o gás de cozinha, o diesel ou a gasolina, que refletem no custo de vida diário da classe trabalhadora.

Exigimos o fim da venda de ativos da Petrobrás que reflete, inclusive, na venda de refinarias e fábricas de fertilizantes (FAFEN´s). É preciso retomar o investimento nas refinarias, concluindo as obras da refinaria do Nordeste (Pernambuco) e do Comperj (RJ), ainda expandindo a capacidade de refino nacional para atender plenamente o consumidor nacional, sem necessidade de
importação de derivados.

Como será possível uma Petrobrás a serviço do povo brasileiro se, na presidência da empresa está um agente dos importadores de derivados? Pedro Parente foi nomeado para entregar a Petrobrás aos grupos controladores do mercado de petróleo e derivados a nível mundial. Por isso exigimos: Fora Parente! Reestruturação do Conselho de Administração da Petrobrás visando fortalecer a empresa integrada do poço (petróleo) ao posto (derivados).

Aos supervisores

A empresa constrói uma hierarquia entre supervisores e executores que não impacta a produção em si, mas, ilusoriamente incute responsabilidade de decisões e mando – visando uma “disciplina de quartel”. Espera-se que seja atributo de supervisão a liderança e, nunca o oportunismo, principalmente em momentos de greve. Supervisor é peão e faz greve SIM. Quem não faz greve é patrão! É com o espírito de colaboração que se constroem as equipes e, é assim que se sustentam. É essa cumplicidade de classe, como trabalhadores, que garante que não haja punições ou perseguições a quem quer que seja, executante ou supervisor. Participar das mobilizações e greves é atitude consciente e construída coletivamente.

Aos técnicos de segurança

O dia a dia da produção exige dos técnicos de segurança a operacionalidade confiável das unidades de processo. Por que deveria ser diferente em momentos de greve? Equipes com mais de dois turnos de trabalho, “gambiarras” para garantir a operação, ou pior, para burlar a segurança operacional, tudo isso assistimos nos momentos de greve. Você vai assinar embaixo? Você é um técnico de segurança e não um agente da “produção a qualquer custo”.

Aos técnicos de operação

Continuidade Operacional – esse é o lema que rege a operação. Fugir disso é mesmo um “pecado”. Então, como fazer uma greve? Apesar de toda a “reforma trabalhista” imposta, não se restabeleceu o regime de escravidão. Portanto, equipe de “contingência” é uma ação da empresa, mas a decisão de se submeter a turnos ininterruptos, fazendo dobras atrás de dobras, é de cada um! Não somos obrigados a permanecer dentro da empresa havendo grupo de contingência garantindo a tal “continuidade operacional”. Foi “rendido” em seu posto de trabalho? Não deve – e não é obrigado – permanecer dentro da empresa. O colchonete para dormir no chão, o “kit pelego” e as horas extras com taxímetro bandeira 2, ou são uma humilhação, a quem é imposto, ou um oportunismo, de quem faz uso. De qualquer forma, quebrar o paradigma da “continuidade operacional”, será uma decisão consciente e amparada na unidade dos trabalhadores.

Aos trabalhadores de HA

Não há possibilidade de organização da produção, se não houver integração das ações de manutenção da produção em todos seus aspectos no âmbito de uma refinaria de petróleo. Portanto, quem trabalha no horário fixo (HA) tem papel fundamental na estrutura produtiva, mesmo não estando diretamente ligado à produção. Mais importante, trata-se da unidade dos trabalhadores da refinaria, garantindo a moral elevada nas ações coletivas, sejam assembleias, atos, mobilizações e ainda com mais destaque nos momentos de greve. Não existe “greve de turno”, a greve é uma ação coletiva do conjunto dos trabalhadores petroleiros, apoiando-se mutuamente, turno e HA, executantes e supervisores, técnicos ou profissionais de nível superior.

Aos terceirizados

O “apagão” que impuseram à Petrobrás, parando as obras, os investimentos e as novas unidades e a expansão do refino, caíram como uma bomba sobre os trabalhadores terceirizados. Milhares de trabalhadores perderam os empregos. Essa condição é claramente vista na Regap, até mesmo na recontratação com salários e direitos rebaixados em relação a contratos anteriores, sempre aumentando o lucro das “gatas”. Somos todos trabalhadores petroleiros e retomar o investimento no refino significa retomar os postos de trabalho e melhorar as condições dos terceirizados. Portanto, nossa solidariedade não deve ser apenas nos momentos de crise, mas, principalmente no dia a dia de trabalho e na unidade da greve.

UNIDADE DAS TRABALHADORAS E TRABALHADORES PETROLEIROS PELA VITÓRIA DE TODOS!