Mesmo depois da decisão do Tribunal Superior do Trabalho (TST) de criminalização da greve dos petroleiros e das intimidações da Petrobrás, a categoria mineira decidiu pela continuidade da paralisação. A decisão foi tomada em assembleia na manhã desta quinta-feira (31), mesmo com a orientação de suspensão do movimento pela Federação Única dos Petroleiros (FUP).
A orientação foi dada na noite da última quarta-feira (30), quando o TST aumentou as multas diárias de R$ 500 mil para R$ 2 milhões, além de autorizar investigação por parte da Polícia Federal dos sindicato, criminalizando o movimento da categoria.
O Sindipetro/MG ressalta que a luta dos petroleiros é legítima e que a greve iniciada na última terça-feira (29), que foi aprovada por ampla maioria dos trabalhadores no início de maio, não causa riscos de desabastecimento de combustíveis no País. A categoria luta pela redução do preço da gasolina, do diesel e do gás de cozinha, pela retomada da produção nas refinarias, o fim das importações e pela saída de Pedro Parente da presidência da Petrobrás.
“A decisão do TST é claramente para criminalizar e inviabilizar os movimentos sociais e sindicais. Diante disso, a FUP orienta os sindicatos a suspenderem a greve. Um recuo momentâneo e necessário para a construção da greve por tempo indeterminado, que foi aprovada nacionalmente pela categoria. Essa grave violação dos direitos sindicais será amplamente denunciada. A pauta pela mudança da política de preços da Petrobrás é de todos os brasileiros, pois diz respeito à luta histórica contra a exploração do país, que desde os tempos de colônia vem tendo seus bens minerais espoliados pelas nações imperialistas. É assim que ocorre ainda hoje com o nosso petróleo. E por isso, a população está pagando preços absurdos pelo gás de cozinha e pelos combustíveis”, afirmou a FUP em nota.
Na manhã desta sexta-feira (1º), o Sindipetro/MG se reunirá novamente com os trabalhadores da Regap e da Termelétrica Aureliano Chaves para reavaliar o rumo da greve. Também haverá um grande ato em defesa da Petrobrás e uma audiência pública na porta da refinaria a partir das 9 horas.
A reunião é resultado de uma primeira audiência realizada na última quarta-feira (30) na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Faz parte da comissão os deputados Rogério Correia , Marília Campos, Doutor Jean Freire, Léo Portela.
Na tentativa de pressionar pelo fim da greve, a Petrobrás enviou cartas a trabalhadores e parentes na noite de quarta-feira (30) intimando a categoria a voltar assumir seus posto de trabalho na Regap. Nas cartas de intimação, a empresa afirma que quem não voltar ao trabalho estará sujeito a sanções.