Com o coração na ponta da chuteira, vamos virar esse jogo Com o coração na ponta da chuteira, vamos virar esse jogo

Opinião | 22 de junho de 2018

“Cada dia um 7×1 diferente!” É assim, com um humor tão característico e sempre inabalável, que o povo brasileiro vai reagindo a cada episódio dessa tragédia chamada Brasil. A referência àquela tarde humilhante no Gigante da Pampulha serviu como metáfora perfeita para as seguidas derrotas diárias dessa população, especialmente após vivenciar as consequências de um golpe.

Apesar do bom humor, a classe trabalhadora tem sido aquela que mais tem sentido o peso dessa derrota acachapante. Se a categoria petroleira acreditava que sairia ilesa dessa artilharia avassaladora, em pouco mais de dois anos pôde perceber que pertence ao mesmo time que está sendo goleado. A entrega do pré-sal, o processo de privatização da Petrobrás e de outras estatais, as políticas econômica e social anti-povo – são diversas as bolas que balançaram cruelmente as nossas redes numa partida que parece interminável.

Nós, petroleiras e petroleiros, acabamos de tomar mais um gol, justo quando decidimos ir pra cima deles: a criminalização da nossa luta. Por ter sido ilegal, a sensação de impotência e descrença na vitória pode ter aumentado na nossa torcida, já que o juiz parece estar comprado. Como levantar a moral dessa galera, como acreditar que conseguiremos virar esse jogo?

Antes de tudo, temos que entender que essa torcida angustiada tem que entrar em campo. Não podemos assistir a essa partida como se o resultado do jogo não nos dissesse respeito. Só conseguimos nos defender melhor e voltar a atacar quando percebermos que ficar chorando no sofá não altera o placar.

Além disso, precisamos valorizar nossas qualidades e nossas capacidades em campo. Apesar do placar desfavorável, nós não estamos fora do jogo. Nosso jogo coletivo e aguerrido assustou o time deles, fazendo com que um de seus principais jogadores – Pedro Parente – pedisse para ir para o chuveiro mais cedo.

Mesmo quando parecemos estar em baixa, nossos adversários na Copa do Mundo sempre temem jogar contra a seleção brasileira de futebol. Assim também são nossos inimigos na luta de classes, que também morrem de medo de nosso time desencantar. Não adianta comprar o juiz, não adianta pagar o comentarista da TV para falar mal da gente – continuaremos fortes e unidos parar virar esse jogo!