Matar para Lucrar,  Sucatear para Vender Matar para Lucrar, Sucatear para Vender

Opinião | 24 de agosto de 2018

Os seguidos acidentes ocorridos no Sistema Petrobrás nas últimas semanas têm assustado trabalhadoras e trabalhadores. Não bastassem a morte de um mergulhador no E&P e o gravíssimo acidente com ácido sulfúrico na Regap, nos últimos dias acompanhamos novos eventos na Termelétrica Aureliano Chaves, em Ibirité/MG, e na Replan, em Paulínia/SP.

A categoria petroleira vive na pele as consequências de um projeto político que, ao assumir o comando da Petrobrás, tomou uma escolha clara: matar para lucrar, sucatear para vender! A receita antiga, amplamente seguida nos anos 1990, traz consigo o fantasma dos grandes acidentes vividos naquela época.

Nossa tarefa imediata é denunciar, cobrar e lutar por condições dignas e seguras de trabalho para todos nós, petroleiros próprios e terceirizados. Porém, não podemos nos esquecer de que, há pouco mais de um mês, teremos a oportunidade de escolher qual projeto queremos para a Petrobrás e para a sociedade brasileira.

Embora pareça tratar apenas de discussões mais gerais, as eleições de 2018 confrontarão diferentes visões de mundo com repercussões claras sobre nossos empregos, nossos direitos e nossas condições de trabalho. Nenhum candidato defenderá que o trabalhador tem que morrer ou se machucar pelo lucro de seu patrão, mas sua orientação e suas decisões políticas privatistas poderão, por exemplo, contribuir diretamente para isso. Os graves acidentes envolvendo Usiminas, em agosto desse ano, e Vale/Samarco, em novembro de 2016, falam bem sobre as prioridades de empresas privatizadas.

Após essa série de graves acidentes na Petrobrás, uma frase angustiante tem ecoado entre a peãozada: “Poderia ter sido comigo!”.

O que vivemos nos anos 1990 estamos voltando a vivenciar após o golpe de 2016. Se não reagirmos nas próximas eleições, nossos direitos, empregos e vidas seguirão ainda mais ameaçados.