Democracia x barbárie: 2º turno vai decidir futuro do Brasil Democracia x barbárie: 2º turno vai decidir futuro do Brasil

Diversos, Notícias, Tribuna Livre, Novidades, Política | 11 de outubro de 2018

brasil-dividido“Democracia x barbárie: assim podemos resumir os projetos colocados em disputa no segundo turno das eleições 2018”, afirmou o cientista político e professor da UFMG , Juarez Guimarães. Em entrevista a “O Petroleiro”, o professor afirmou que há muita coisa em jogo nessa segunda etapa das eleições, “como o próprio fundamento da liberdade e dos direitos básicos do povo brasileiro, mas a vitória contra o fascismo é possível e é essa esperança que deve nos mover”.

Jair Bolsonaro – PSL (46,03%) e Fernando Haddad – PT (29,28) disputam no segundo turno os votos de mais de 65 milhões de brasileiros, que no primeiro turno escolheram outros candidatos ou votaram branco ou nulo ou, por algum motivo, se abstiveram de participar do processo eleitoral. Esse número é maior que o total de votos obtidos por cada um dos candidatos no último domingo (7), o que deixa o resultado das eleições em aberto.

Na avaliação de Guimarães, o resultado das eleições não foi muito diferente do esperado, exceto pelo ligeiro crescimento do candidato Jair Bolsonaro em relação às pesquisas de boca de urna divulgadas na véspera da votação. Entretanto, ele atribui esse aumento, principalmente, à disseminação de “fake news” nas redes sociais, “reproduzindo padrões utilizados pelos fascistas e pela ultradireita em outros países”.

Além disso, ele destaca ainda “a criação de um conjunto de fatos políticos, tanto nos oligopólios de mídia quanto nas redes sociais, para uma convergência de apoios à sua candidatura criando uma dinâmica de tentar finalizar as eleições já no primeiro turno. Aliado a isso, tivemos o antipetismo reforçado com a delação do [Antônio] Palocci. E, por último, uma campanha de humanização do Bolsonaro realizada pela Rede Globo e outras emissoras, diminuindo ou escondendo sua incoerência com valores democráticos e esvaziando as candidaturas do PSDB, do [João] Amôedo, da Maria [Silva] e do centrão”.

Mas, o professor aposta em uma mudança no cenário para o segundo turno. “Bolsonaro não foi realmente atacado no primeiro turno, a não ser pelo movimento histórico e importantíssimo construído pelas mulheres, o ‘Ele Não’. Além disso, ele teve todo o apoio do sistema político, dos grandes grupos econômicos e da Rede Globo e contou com a proteção do sistema jurídico em várias decisões importantes – seja da PGR, seja do STF, enquanto seu adversário trabalhava a transferência de votos. Agora, ele vai sair de uma área de proteção e terá que encarar um combate político frontal”.

Guimarães criticou ainda as análises que responsabilizam o movimento das mulheres pela ascensão de Bolsonaro: “O que houve foi uma contrarreação a esse movimento das mulheres nas redes sociais, atribuindo a ele todo o tipo de ‘fake news’ como a história da camisa da Manuela [D’Ávila] ou a do ‘kit gay'”.

Por fim, o cientista político lembrou o fato de que essas eleições estão se realizando em um quadro de estado de exceção, o que por si só já coloca em dúvida seu caráter democrático. “O próprio Comitê de Direitos Humanos da ONU indicou que Lula teria direito de ser candidato. Se ele fosse candidato, esse fenômeno Bolsonaro seria reduzido qualitativamente, com a hipótese, inclusive, de Lula ser eleito já no primeiro turno”.

Mestre de capoeira é assassinado na Bahia por divergência política com eleitor de Bolsonaro

moaO mestre de capoeira Romualdo Rosário da Costa, de 63 anos, conhecido como Moa do Katendê, foi esfaqueado e morto em um bar, na madrugada da última segunda-feira (8) em Salvador. O crime aconteceu logo após o capoeirista ter uma discussão sobre política com um eleitor do candidato à presidência Jair Bolsonaro (PSL), que desferiu 12 facadas nas costas do artista. O ataque aconteceu depois de Moa do Katendê declarar apoio ao candidato Fernando Haddad (PT). Depois de se envolver na discussão com o mestre Moa do Katendê, o autor do crime saiu do bar, foi até sua casa, pegou a faca e retornou ao local. Mestre Moa estava sentado de costas quando foi esfaqueado e morreu no local. Um parente do mestre que estava com ele no bar também foi atingido e está internado no Hospital Geral do Estado. No Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa, o suspeito disse que foi xingado e que estava consumindo bebida alcoólica desde o início da manhã do domingo de eleição.