Editorial: Nunca foi fácil para nós Editorial: Nunca foi fácil para nós

Opinião | 11 de outubro de 2018

O que muitos de nós passaram no último domingo (7), certamente marcou a nossa história pessoal. Por algumas horas, vivemos o terror de uma apuração eleitoral que poderia ter decretado a vitória de Jair Bolsonaro (PSL) em primeiro turno. Passado o susto e o desespero, uma certa angústia certamente abateu os nossos corações com uma pergunta: será que nós vamos dar conta?

Nunca foi fácil pra nós, companheiros. No Brasil, um País tão mal resolvido com sua história de exploração e autoritarismo, da escravidão à ditadura militar, a democracia sempre foi exceção. Os desafios que são colocados para aqueles que lutam por direitos, soberania e liberdade nunca foram nem podem ser justificativas para não entrarmos em campo e disputarmos mais essa dura partida.

Apesar do avanço do discurso conservador e autoritário, tão bem expresso pelo Congresso que assumirá em 2019, ainda há esperança. Bolsonaro possui uma alta rejeição e certamente terá de expor suas propostas – ou a falta delas – no segundo turno. Mostrar ao povo o que significa esse projeto antidemocrático e destruidor de direitos, representado pelo candidato do PSL e pelo atual parlamento eleito, é uma tarefa que se inicia agora e não termina no dia 28 de outubro, independente do resultado das eleições.

Para além de desmascarar Bolsonaro, temos a missão de unificar todo o campo político democrático em torno da candidatura de Fernando Haddad (PT). Ficar em cima do muro nesse momento, por maiores que sejam as críticas ao Partido dos Trabalhadores, é lavar as mãos com o sangue e o suor da população brasileira. Não temos esse direito, até porque nossas cabeças também estão na mira.

Agora, é arregaçar as mangas, companheiros. Conversem com as pessoas ao seu redor, combatam as fake news nas redes sociais, mostrem o que está em jogo nessa disputa clara de projetos!

Há uma enorme massa de brasileiros que não é fascista mas que, desacreditada com a política, é atraída por soluções simplistas e autoritárias para os graves e complexos problemas da nossa sociedade. Portanto, não basta enfrentar o ódio, é preciso recultivar a esperança.