EDITORIAL – O futuro dos nossos empregos está em jogo! EDITORIAL – O futuro dos nossos empregos está em jogo!

Opinião | 19 de outubro de 2018

O segundo turno das eleições de 2018 será disputado por candidatos que representam projetos bem diferentes para o Brasil. Mas, para além das discussões mais ferrenhas sobre quem pode fazer mais pelo País, vamos pensar sobre algo mais concreto: o que pode acontecer com a Petrobrás daqui pra frente?

Nós, petroleiras e petroleiros, próprios e terceirizados, sabemos da importância dessa estatal. Sabemos que não se trata de um cabide de empregos do governo, mas sim de um lugar onde milhares de pessoas trabalham diariamente, correndo riscos e dando seu suor para produzir energia para o nosso povo. Sabemos também o quanto essa empresa mudou a vida de tantas pessoas, seja gerando emprego e renda, seja em seus projetos sociais e culturais. No entanto, dependendo de qual seja a nossa escolha no próximo dia 28, tudo isso pode ir por água abaixo.

Vamos falar em português bem claro: Jair Bolsonaro defende abertamente a privatização da Petrobrás. Alguns podem pensar que apenas os empregados próprios devem se preocupar com isso, já que esses poderiam ser substituídos por trabalhadores sem concurso público. Infelizmente, a história nos mostra que a privatização é um processo bem mais complexo do que uma simples troca de patrão: sai governo, entra um empresário.

Na privatização, não muda somente o chefe da empresa, mas também a filosofia. As empresas privatizadas passam a ter o compromisso único com o lucro máximo, sem qualquer preocupação social ou com a segurança dos trabalhadores. Portanto, é de se esperar que uma Petrobrás privatizada reduza as intervenções e as equipes de manutenção, assim como rebaixe ainda mais os salários e as condições de trabalho. Uma Petrobrás privada não se preocuparia em gerar mais acidentes, poluir mais o ambiente ou vender combustível mais caro para a sociedade. Se isso for necessário para gerar mais lucro, vale tudo!

Não se trata de terrorismo. Nós tivemos a oportunidade de vivenciar a Petrobrás sob o comando de presidentes que queriam vendê-la, como Fernando Henrique Cardoso (FHC) e Temer, mas que felizmente não conseguiram concluir seu plano. Sabemos o quanto esses governos já agiam como se a estatal fosse privatizada, sucateando a empresa, rebaixando salários e vendendo combustível caro para a população brasileira.

Portanto, vamos pensar bem antes de votar. Lembre-se que seu emprego e o de milhares de pessoas correm risco caso entreguemos o País para alguém que desconhece a importância da Petrobrás para o Brasil. É responsabilidade de cada um de nós mostrarmos o que realmente está em jogo.