Trabalhador morre em acidente em plataforma na Bacia de Campos (RJ)

Um trabalhador que prestava serviços para a Petrobrás morreu no último domingo (25) na plataforma PNA-2, na Bacia de Campos, no Rio de Janeiro. Funcionário da empresa RIP Kaeter, o petroleiro realizava manutenção em um guindaste e, de acordo com as informações iniciais, teria sido esmagado pelo equipamento. Esse foi o quarto óbito este ano nas unidades do Sistema Petrobrás. Todas as vítimas eram trabalhadores terceirizados.

A FUP e seus sindicatos vêm constantemente denunciando a insegurança na empresa, que aumentou após a implantação do sistema de consequências, cujo objetivo é punir os trabalhadores transferindo para eles a responsabilidade pelos erros da gestão. Os dirigentes sindicais têm questionado os efeitos perversos dessa política, que incentiva a subnotificação de ocorrências, potencializando os riscos de acidentes, principalmente entre os terceirizados.

Na última segunda-feira, diretores do Sindipetro-NF estenderam faixas no Heliporto do Farol de São Thomé e fizeram falas que denunciaram a precarização das condições de segurança nas áreas operacionais da Petrobrás. Além disso, a diretoria denuncia o descaso da empresa com a família de Sandro Ferreira da Silva, de 43 anos, cujo corpo permanecia na plataforma quase 24 horas depois de sua morte.

De acordo com informações apuradas junto à Petrobrás, a retirada do corpo do local do acidente é uma operação delicada, em razão da altura de dez metros do piso da plataforma e do difícil acesso ao local do acidente. O trabalho foi feito por uma equipe especializada dos bombeiros. Além da dor da família, que aguardava pelo corpo em Macaé, o Sindicato também alerta para o grande abalo psicológico sofrido pelos colegas de trabalho da vítima. Para estes, a entidade orienta que solicitem, se julgarem necessário, o desembarque.

Embora não represente os empregados da RIP Kaeter, o Sindipetro-NF atua no caso desde que foi informado da morte e está à disposição dos familiares e colegas de trabalho do petroleiro. “Os petroleiros, independentemente da empresa em que atuem, são os nossos olhos a bordo e nas bases de terra. E são eles que mais conhecem a realidade. Por isso, é muito importante que mantenham o Sindicato atualizado sobre as condições de trabalho”, afirma o coordenador geral do Sindicato, Tezeu Bezerra, que deve embarcou ainda na segunda-feira na plataforma PNA-2 para atuar na comissão que investiga o acidente.

O Sindicato orienta que os petroleiros enviem para a entidade qualquer informação que possa contribuir na elucidação das causas do acidente ([email protected] ou pelos telefones da diretoria). Para todos os demais trabalhadores, segue o alerta constante para que utilizem o Direito de Recusa ao trabalho que não garanta a segurança necessária (Item 11.9 do Anexo 2 da Nr 30).

Fonte: FUP com informações do Sindipetro-NF