Petrobrás não quer assinar o acordo de PLR Petrobrás não quer assinar o acordo de PLR

Diversos, Notícias, Tribuna Livre | 20 de dezembro de 2018
Petroleiros rejeitaram proposta de novo regramento da PLR

Petroleiros rejeitaram proposta de novo regramento da PLR

Em reunião com a FUP nesta quinta-feira (20), a Petrobrás deixou claro que não está aberta a negociar o novo regramento para a Participação nos Lucros e Resultados (PLR). Apesar da rejeição da proposta pela categoria petroleira nas assembleias realizadas ao longo dos últimos dias em todo o Brasil, a empresa não fez qualquer alteração na proposta.

A proposta prevê a vinculação do pagamento da PLR ao Sistema de Consequências, punindo duplamente os petroleiros. Isso porque estão previstos descontos de 10% para os trabalhadores punidos com advertência por escrito e 20% para quem tenha sido punido com suspensão. Ou seja, a Petrobrás quer impor critérios individuais à PLR, que deveria ser um programa focado em resultados estritamente coletivos.

Na avaliação do diretor da FUP e do Sindipetro/MG, Alexandre Finamori, essa é uma das clásulas mais graves da atual proposta e que inviabiliza qualquer acordo com a Petrobrás. “Quando a empresa não recua na cláusula de punição, com pretextos incabíveis, demonstra uma falta de vontade em realizar o acordo”, afirma.

Além disso, a proposta traz um aumento de seis para oito indicadores para a PLR, incluindo um indicador financeiro e outro de produtividade, sendo que este último se baseia no efetivo de trabalhadores. Na prática significa que, se a Petrobrás lançar novos PIDVs ou fizer demissões, maior poderá ser o valor da PLR para quem ficar. Ou seja, os indicadores passam a ter um foco muito mais financeiro e mercadológico.

Também não há garantia de adiantamento da PLR pois a empresa pretende avaliar essa questão anualmente. A proposta acaba ainda com a garantia de que o trabalhador receba pelos resultados atingidos, quando a empresa não registrar lucro.

“Reiteramos que PLR é para reconhecer e ‘devolver’ aos trabalhadores parte das riquezas que eles mesmos produziram. Não deve ser usada como ferramenta de ameaça ou coerção contra os próprios” completou Alexandre Finamori.

O atual acordo da PLR é valido até o mês de março de 2019.

Veja o vídeo do coordenador da FUP, José Maria Rangel, e do coordenador do Sindipetro-NF, Tezeu Bezerra:

 

 

 

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