Greve vitoriosa dos petroleiros entra para a história Greve vitoriosa dos petroleiros entra para a história

Diversos, Notícias, Tribuna Livre | 21 de dezembro de 2018

gab_1432-alta2018Uma greve que, assim como muitas outras, ficará marcada na história da categoria petroleira. Em 1° de junho de 2018, os trabalhadores da Petrobrás em Minas Gerais voltavam ao trabalho com a sensação de dever cumprido. Em uma paralisação de 72 horas e sob ameaças de punições severas da empresa, os trabalhadores conseguiram fazer com que o presidente da maior companhia do País, Pedro Parente, anunciasse seu pedido de demissão.

Ele já vinha sendo pressionado em função da greve dos caminhoneiros – que culminou em um acordo com o Governo Federal para isenção de parte dos impostos incidentes sobre o diesel. Entretanto, foi quando os petroleiros também cruzaram os braços e denunciaram que o problema do preço dos combustíveis no Brasil não era somente a alta carga tributária, que a coisa mudou.

A partir de então, o debate se voltou para a política de preços praticada pela então diretoria da Petrobrás – uma opção do governo Michel Temer de atrelar os preços dos combustíveis no Brasil aos preços internacionais.
“A política de preços da Petrobrás só tem como objetivo possibilitar as privatizações, tornando o mercado interno interessante para empresas estrangeiras e retirando qualquer possibilidade do Estado intervir em um setor tão estratégico para o País”, disse o diretor da FUP e do Sindipetro/MG, Alexandre Finamori.

Punições

As punições alardeadas pela Petrobrás contra os petroleiros pela greve de 72 horas não ficaram só na ameaça. Ainda durante a paralisação, a empresa enviou cartas às residências dos trabalhadores intimando-os a voltar ao trabalho. Já após o encerramento da mobilização, puniu centenas de petroleiros em todo o País.

Em Minas, 17 pessoas foram punidas. Um trabalhador foi suspenso por cinco dias pelo fato de ter passado serviço para seu supervisor e ido embora depois de 16 horas de trabalho no primeiro dia de greve – o que é um direito de todo trabalhador. No entanto, em ação movida pelo Sindipetro/MG, a Justiça determinou que fosse anulada a penalidade aplicada ao trabalhador e a “exclusão do registro de suspensão”.

Outros 16 trabalhadores da Regap foram punidos com advertências. O caso também foi levado à Justiça, mas somente será julgado em setembro de 2019. Além das punições aos trabalhadores, o movimento grevista foi considerado ilegal pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST) e aplicada multa milionária (R$ 4,5 milhões) a cada sindicato de petroleiros em greve no País, da qual as entidades sindicais recorrem na Justiça.