A CUT e demais centrais sindicais – CGTB, CSB, CSP-Conlutas, CTB, Força Sindical, Intersindical, Nova Central, Pública e UGT – definiram que o próximo dia de luta dos trabalhadores e trabalhadoras contra a reforma da Previdência de Jair Bolsonaro (PSL) será em 12 de julho.
Além do ato nacional em Brasília, contra o fim da aposentadoria, pela valorização da educação e por emprego – que será realizado em conjunto com a União Nacional dos Estudantes (UNE) – as centrais orientam os trabalhadores se mobilizaram também em seus estados e cidades, coletando assinaturas para o abaixo-assinado contra a reforma da Previdência, que será entregue ao Congresso Nacional no dia 13 de agosto.
“O abaixo-assinado é uma ferramenta importantíssima para dialogar sobre os impactos desta reforma nefasta e para ganhar mais apoio da sociedade contra a proposta que está em trâmite no Congresso Nacional”, disse o secretário-geral da CUT, Sérgio Nobre.
Segundo Sérgio, é muito importante ainda a pressão sobre os parlamentares para convencer os indecisos de que esta reforma não é boa para a classe trabalhadora e conseguir mudar a posição de deputados e deputadas que pretendem votar a favor do projeto de Bolsonaro.
“Temos informações de que o governo não tem os votos que precisa para aprovar a reforma da Previdência e, por isso, temos que lutar voto por voto. E este é o momento de pressionar os parlamentares nas suas bases eleitorais para que digam não a esta proposta de Bolsonaro”, afirmou o secretário-geral da CUT.
“Os trabalhadores e trabalhadoras também podem usar o site da CUT Na Pressão, que tem ferramentas para enviar mensagens pelas redes sociais e por e-mail aos deputados e deputadas dizendo que não aceitaremos nenhum direito a menos”, afirmou Sérgio.
Tramitação da reforma
O relator da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 06/2019, Samuel Moreira (PSDB-SP) deverá ler na próxima terça-feira (2) as alterações que fez no texto enviado pelo governo. Os próximos passos serão a votação do substitutivo do relator na comissão especial da reforma e a votação no plenário da Câmara.
Para ser aprovada, a PEC precisa de 308 votos em dois turnos de votação na Câmara dos Deputados. O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), disse à imprensa que quer votar a proposta no plenário antes do recesso parlamentar, previsto para o dia 17 de julho.
A proposta de Reforma da Previdência em tramitação no Congresso dificulta o acesso à aposentadoria com a obrigatoriedade da idade mínima de 65 anos para os homens e 62 anos para as mulheres, além de diminuir dos valores dos benefícios e outras regras.
Agenda de ações unitárias
A CUT e demais centrais sindicais reafirmaram que é fundamental a unidade na luta permanente contra a Reforma da Previdência, mas também avaliaram que é fundamental incorporar temas como educação e empregos na agenda de lutas.
Confira a agenda de ações unitárias:
– Intensificar a coleta de assinaturas do abaixo-assinado contra o fim da aposentadoria nos locais de trabalho, nas praças e nos locais públicos todos os dias do mês de julho;
– Entregar os abaixo-assinados na sede das centrais sindicais até o dia 8 de agosto;
– Entregar todos os abaixo-assinados no Congresso Nacional, em Brasília, no dia 13 de agosto;
– Apoiar e participar da luta dos professores, coordenada pela CNTE, que realiza em 13 de agosto o Dia Nacional de Luta em Defesa da Educação e da Previdência;
– Apoiar e participar da Marcha das Margaridas, em 14 de agosto, também em Brasília;
– Manter o estado de mobilização permanente com assembleias nos locais de trabalho, panfletagens e diálogo com a classe trabalhadora a fim de garantir uma aposentadoria digna para os trabalhadores e trabalhadoras;
– Manter a pressão nas bases dos deputados.
A próxima reunião do Fórum das Centrais Sindicais será no dia 16 de julho para avaliar o dia 12 e propor as próximas ações na luta contra a Reforma da Previdência.
Categorias já começam entregar assinaturas do abaixo-assinado
Durante a reunião, representantes do Fórum dos Trabalhadores do Serviço Público do Estado de São Paulo entregaram nas mãos de Sérgio Nobre, que coordenava os encaminhamentos no encontro, 15.657 mil assinaturas do abaixo-assinado coletado pelos três sindicais que o Fórum representa.
“Dialogamos muito na base, nos grandes centros e com a população em geral dizendo que a luta só está começando e nossa avaliação é de que não podemos nos enganar com as mudanças no relatório da PEC porque serão os mais pobres que terão uma aposentadoria miserável e se conseguirem se aposentar, né?”, disse Gilberto Terra, um dos representantes do Fórum.
Trabalho dos sindicalistas em Brasília
Também na reunião da CUT e demais centrais da última sexta-feira (28), os sindicalistas avaliaram positivamente os resultados do importante trabalho feito com os parlamentares dos partidos da minoria e partidos do centro na Câmara dos Deputados, para debater o conteúdo da reforma da Previdência e o processo legislativo de votação.
Em nota, as centrais afirmaram que, neste processo de trabalho em Brasília, as entidades deixaram claro aos parlamentares o posicionamento contrário e crítico ao relatório substitutivo do deputado Samuel Moreira.
No documento, as centrais alertam que os trabalhadores e as trabalhadoras devem se manter permanentemente vigilantes e destacam a importância de se reforçar a atuação junto ao Congresso Nacional, visando tratar das questões e do conteúdo dessa nefasta reforma.
“As centrais sindicais conclamam os trabalhadores e as trabalhadoras para o máximo esforço na atuação junto às bases dos deputados e senadores”, diz trecho da nota.
Solidariedade
A CUT e demais centrais sindicais ouviram representantes do Sindicato dos Metroviários de São Paulo sobre demissões na categoria após a greve geral do último dia 14 de maio. Em conjunto, as centrais decidiram que irão pedir uma audiência com o governador de São Paulo, João Dória (PSDB), para um diálogo no sentido de garantir o direito de organização e manifestação.
“Os sindicalistas também manifestaram repúdio às práticas antissindicais observadas em outras unidades do País e em outros locais do Estado”, diz outro trecho da nota, se referindo a outras práticas antissindicais que ocorreram pelo Brasil afora.
Fonte: CUT