CPI da Covid quer explicações da Petrobrás sobre adoção de tratamento precoce para os trabalhadores CPI da Covid quer explicações da Petrobrás sobre adoção de tratamento precoce para os trabalhadores

Diversos, Notícias, Política | 17 de junho de 2021

Vice-presidente da CPI, senador Randolfe Rodrigues (Rede/AP), revelou que pretende investigar o caso.

Após a denúncia da Federação Única dos Petroleiros (FUP) sobre médicos da Petrobrás estarem receitando tratamento com ivermectina para trabalhadores com sintomas de Covid-19, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga ações e omissões do poder público no combate à pandemia quer explicações da direção da empresa. A informação foi divulgada pela coluna Radar da Revista Veja, que ouviu o vice-presidente da CPI, senador Randolfe Rodrigues (Rede/AP), que revelou que pretende investigar o caso. “Vamos pedir informações à companhia”, afirmou o parlamentar à coluna.

Apesar da ivermectina ser um antiparasitário, comumente utilizado no combate a piolhos, sem qualquer eficácia comprovada no tratamento da Covid-19, trabalhadores da Bacia de Campos com sintomas da doença ou já contaminados tiveram o medicamento prescrito pelo setor médico da Petrobrás. O Sindipetro-NF e a FUP receberam várias denúncias nesse sentido, atraindo a atenção da imprensa.

As denúncias tiveram ampla repercussão nas mídias, com mais de 100 matérias veiculadas sobre o fato nas últimas 48 horas. A Petrobrás foi obrigada a se posicionar e disse que a responsabilidade são dos médicos e não da companhia.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) condena o uso de Ivermectina no tratamento para a Covid-19; além da comprovada ineficácia, existem os efeitos colaterais. A insistência neste tratamento contraria não só os protocolos dos órgãos de saúde mundial: a própria farmacêutica Merck, que fabrica o medicamento, declarou em comunicado oficial que, na análise de seus cientistas, não há eficácia no uso do medicamento para a Covid-19.

Enquanto o governo federal resiste em cumprir recomendações internacionais da OMS, a Petrobrás adota protocolos internos contestados para o enfrentamento da Covid-19.

Nos últimos dois meses, as mortes por Covid-19 entre trabalhadores da Petrobrás aumentaram 125%. O total de trabalhadores contaminados já chega a 7.205 desde o início da pandemia, com 45 vidas perdidas em consequência da doença, o que equivale a mais de 17% de todo o efetivo próprio da Petrobrás. Esses dados são referentes a apenas os empregados diretos da holding, não envolvem subsidiárias, nem trabalhadores terceirizados. Atualmente, outros 40 petroleiros estão hospitalizados com complicações da Covid-19. Saiba mais aqui.


Acompanhe a evolução dos casos, nos gráficos e estudos produzidos pelo Dieese e divulgados semanalmente nos boletins “Petroleiros e Covid-19”. Acesse aqui a edição desta semana

 

Do site da FUP