Com o tema “Petrobrás fica em Minas” mesa de sexta levantou vários pontos para encaminhamento Com o tema “Petrobrás fica em Minas” mesa de sexta levantou vários pontos para encaminhamento

Diversos, Notícias | 17 de julho de 2021

Com o tema “Petrobrás fica! A luta contra as privatizações”, a mesa desta sexta (16), contou com um balanço das lutas (RLAM, PBio) e também apontamentos para o futuro. Depois da exposição dos convidados, os petroleiros presentes no 35º Congresso debateram o tema e, ao final, foram elencados os pontos que serão discutidos na plenária final, realizada neste sábado (17), a partir das 9h.

Carla Ferreira, pesquisadora integrante do INEEP, falou sobre o processo de desinvestimento em curso na Petrobras. “Contradições do discurso do governo: diz que é contra as estatais, mas está vendendo para estatais estrangeiras, como da China e da Noruega.  Diz que é contra que as empresas sejam integradas, o que vai na contramão do que acontece no mundo. E que é preciso quebrar o monopólio para estabelecer concorrência e diminuir os preços. Mas as refinarias não concorrem entre si e o que vai acontecer são oligopólios privados na maioria das regiões em que as refinarias estão sendo vendidas”, destacou.

Ela falou ainda sobre os interesses por trás de todo esse processo, e quem ganha e perde com ele. 

Gustavo Machado,  da coordenação do ILAESE e do canal do Youtube Orientação Marxista, apresentou algumas informações relevantes sobre o setor no Brasil e no mundo, destacando o papel de ponta do Brasil  – que pode ter a maior reserva mundial hoje – e da Petrobras, que consegue gerar uma das maiores taxas de lucro do mercado. “O olho internacional cresce sobre a Petrobras em busca de sobre-lucro. Além disso, os salários dos trabalhadores da Petrobras são dos mais baixos. Assim, a luta em defesa da Petrobras é em torno das necessidades do Brasil e dos trabalhadores brasileiros em seu conjunto”, pontuou. 

Em seguida, Deyvid Bacelar, coordenador geral da FUP, fez uma retrospectiva dos últimos anos, lembrando dos impactos da operação Lava Jato e do golpe que retirou a presidenta Dilma da Presidência. 

“Com todas as privatizações e retirada de direitos em curso, vemos uma necessidade de mudança também  na representação sindical, nas formas que temos que atuar diante da conjuntura e das mudanças que já aconteceram. Tem estados que já não tem Petrobras ! Precisamos nos unir. Em 2021, estamos conseguindo discutir um programa para o país, um Projeto Popular”, convidou.

Ele falou ainda sobre a Plenária da FUP, que acontece de 12 a 15 de agosto e vai contar com a presença do ex-presidente Lula na abertura. 

Hoje serão tirados delegados para a plenária. Acompanhe o Congresso !

Ângelo Remédio, advogado na Advocacia Garcez e doutorando em ciência política na UERJ, retomou as diversas ações que estao sendo tomadas para tentar impedir o processo – que pode ser considerado ilegal, visto o que diz a Constituição – de venda das refinarias. Ele alerta ainda para  a falta de marco regulatório caso elas sejam mesmo privatizadas: “Há riscos de apagões energéticos com esse acordo ilegal de privatização”.

Ele lembra também das ações envolvendo a PBio, que passam tanto por questionar sua venda, como as ilegalidades em torno do terreno e a necessidade de incorporar os trabalhadores em outras unidades da Petrobras. 

O diretor do Sindipetro-MG  Felipe Pinheiro, na fala final da exposição, fez um histórico dos eixos de ação do sindicato nos últimos anos, desde que foi anunciada a venda de 8 refinarias, inclusive da Regap. 

“2020 começou com a famosa greve da Fafen, que abriu possibilidade de discutir a venda das refinarias, com a sociedade e no STF. E destaco duas coisas em 2021: a campanha Petroleiros pela Vida e a greve da Petrobras Biocombustível. O pilar da mobilização é essencial”, disse. 

Ele citou ainda a criação de um núcleo de luta contra a privatização no estado, um GT sobre o tema no sindicato e o comitê mineiro em defesa do sistema Petrobras. Depois, foi lançada a Campanha Petrobras Fica em Minas, além de realização de diversos debates com candidatos nas eleições de 2020. 

DEBATE E PLENÁRIA FINAL

Temas como a necessidade de unidade com outras categorias em defesa das estatais, as eleições e a discussão sobre matriz energética apareceram no debate. 

Alguns pontos foram apresentados para serem colocados em discussão na plenária final deste sábado.

No dia 17, a programação começa às 9h, com a mesa “O chão de fábrica dos petroleiros e petroleiras: como estão as condições de trabalho em Minas Gerais”. Os temas discutidos serão a pandemia, os acidentes de trabalho; terceirização; efetivo e nº mínimo; tabela de turno; teletrabalho e outros. Na mesa, os diretores Marcelo Maia, Guilherme Alves, Alas Castro, Alexandre Finamori, Dagoberto, Felipe Pinheiro e Caio Marcondes.

Em seguida, será realizada a plenária final, com a aprovação de moções, eleição de delegados para a plenária da FUP e outros atos necessários.