Moção de apoio à unidade nacional da categoria petroleira Moção de apoio à unidade nacional da categoria petroleira

Diversos, Notícias | 22 de julho de 2021

Pela construção de uma unidade dos sindicatos que unifique a luta dos trabalhadores e trabalhadoras da Petrobras, para barrar as privatizações e o desmonte da Petrobras

  1. O governo Bolsonaro representa a mais grave ameaça a classe trabalhadora. Seu governo neofascista aprofunda agenda ultraliberal do governo de Temer, enquanto radicaliza os ataques à soberania nacional e às liberdades democráticas. O método aplicado é a aposta no caos, destruindo a legislação trabalhista e previdenciária, as leis ambientais, os mecanismos de proteção às minorias, reprimindo e criminalizando os sindicatos, movimentos sociais e a esquerda em geral. Esse caos, como meta, é a construção da janela história para a ruptura institucional tão almejada pela família Bolsonaro e sua base social.
  2. Na Petrobras, o cenário não se difere, mesmo perante a maior crise sanitária, econômica e a crise do setor energético. Desde Castello Branco e agora com Silva e Luna as agendas ultraliberais já iniciadas na gestão de Pedro Parente, governo Michel Temer, seguem fazendo do povo brasileiro as maiores vítimas. Essas agendas de desmonte da Petrobrás com privatizações do parque do refino, fechamento de usinas, a política de preços e privatizações de termelétricas e das usinas de biocombustível se mantém central no plano de negócio da empresa e no projeto do governo Bolsonaro através do seu ministro Paulo Guedes.
  3. A incapacidade do governo federal de deter o avanço da pandemia do COVID-19 no Brasil provocou a morte de mais de 540mil brasileiros e brasileiras e tornou nosso país uma pária internacional. A carestia no Brasil chegou a níveis similares àqueles da década de 1990, com quase 120 milhões de pessoas, quase 60% da população, em situação de insegurança alimentar. Nessas circunstâncias o governo chega em um momento crítico com menos de 30% de aprovação. Esse momento é decisivo para a disputa da sociedade e para alterar a correlação de forças em busca da vitória de um projeto de país mais justo, humano, soberano e igualitário.
  4. A esquerda brasileira organizada pelos partidos, sindicatos, movimentos sociais entre outros, veem fazendo a luta em defesa à vida, aos direitos sociais e a democracia. As campanhas de solidariedades e os atos antifascistas se mostraram acertados e acumulam força para a resistência. Porém, esse processo de retomada das forças populares ainda está no início e é necessário seguir em luta para garantir que a derrota de Bolsonaro seja também uma derrota ao projeto ultraliberal de privatizações e ataques aos direitos da classe trabalhadora.
  5. Neste cenário, entre nossas tarefas imediatas, além da construção de uma unidade da classe trabalhadora em resistência a agenda neoliberal e fortalecimento das organizações de esquerda, é necessário a construção de uma unidade nas lutas dos sindicatos que representam os trabalhadores e trabalhadoras da Petrobras, com intuito de barrar as privatizações e o desmonte da Petrobras.
  1. A unidade não é somente um clamor da base, como também de uma responsabilidade histórica das lideranças políticas diante da conjuntura que vivemos. Nesse mesmo sentido, nos últimos anos a construção das duas frentes envolvendo partidos, movimentos sociais, entidades populares e sindicatos – Frente Brasil Popular e Frente Povo Sem Medo – foi um passo essencial e em 2020 ambas mantiveram uma agenda comum de reuniões e ações que culminaram na construção de uma campanha nacional unitária “Fora Bolsonaro” que tem sido responsável por convocar atos de massas desde maio.
  2. Mais recentemente vimos os efeitos prejudiciais da falta de unidade durante o processo eleitoral para os Conselhos Deliberativo e Fiscal da Petros. As votações demonstraram que uma chapa unitária dos representantes dos trabalhadores teria uma vitória garantida por ampla maioria, os petroleiros de Minas, inclusive, podem se orgulhar de terem votado majoritariamente em chapas de trabalhadores para ambos os Conselhos. Ter a Petros em nossas mãos é essencial para garantir a defesa do que é patrimônio de todos os trabalhadores, aposentados e na ativa.
  3. Em Minas, a chapa única para a direção do Sindipetro/MG eleita em 2020, tem sido exemplo de maturidade política para outras bases e tem sido um desafio cotidiano cujos resultados são vitórias para a base, que além de ter que combater a gestão bolsonarista da Petrobrás tem também inimigos no Governo Estadual. A greve da PBio foi um episódio marcante dessa experiência que teve a participação e organização conjunta das duas federações e garantiu a adesão histórica da categoria, que se manteve firme na defesa da estatal e do que ela representa enquanto transição energética, desenvolvimento sustentável e soberania. Também, o GT da Petros é outro retrato das possibilidades vitoriosas na unidade.

A construção da unidade nacional deve ter foco em uma agenda unificada de lutas em defesa dos nossos direitos históricos e na luta contra a privatização do Sistema Petrobrás.

Juntos, somos mais fortes!

Aprovada pela Plenária Final do 35° Congresso dos Petroleiros de Minas Gerais, no dia 17 de julho de 2021.

A moção aprovada será encaminhada à 9a Plenária Nacional da Federação Única dos Petroleiros (PLENAFUP).