Petroleiros preparam greve nacional contra projeto de privatização da Petrobrás Petroleiros preparam greve nacional contra projeto de privatização da Petrobrás

Notícias | 27 de outubro de 2021

Com imprensa da FUP

Conselho Deliberativo da FUP aprova agenda de resistência, começando esta semana com setoriais nas bases para discutir a organização da greve, caso o governo Bolsonaro leve adiante ameaça de privatização da Petrobras, via projeto de lei no Congresso 

O presidente Jair Bolsonaro e o ministro Paulo Guedes anunciaram que a privatização da Petrobras está “no radar” e preparam, a portas fechadas, um projeto de lei que autoriza a União a entregar ao mercado financeiro as ações que ainda restam sob controle do Estado brasileiro. Ou seja, para acelerar a privatização da maior empresa nacional, o governo Bolsonaro quer alterar a Constituição, com o aval da Câmara e do Senado, como está fazendo com os Correios e como já fez com o Sistema Eletrobrás. 

Para o deputado federal Rogério Correia (PT), integrante da Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público da Câmara dos Deputados, a ameaça é um blefe. “Não vejo possibilidade de votação de um projeto de privatização da Petrobras. As ameaças de Paulo Guedes são descabidas, é um aceno desesperado ao mercado, mas eles estão muito desmoralizados”, avalia. Mesmo assim, ele acredita que é fundamental manter a mobilização social, “tanto para evitar absurdos como esse como para derrubar logo esse governo”. 

Os trabalhadores darão uma resposta à altura

O Conselho Deliberativo da FUP, em reunião no último dia 21, aprovou uma agenda de ações para construir a resistência à privatização da Petrobrás. Nesta semana, os sindicatos iniciam assembleias setoriais em todas as bases para discutir com os trabalhadores o indicativo de greve nacional, caso o projeto de privatização da empresa seja de fato pautado no Congresso Nacional. As setoriais serão realizadas até o dia 12 de novembro e, na sequência, será realizado um novo Conselho Deliberativo para a FUP e os sindicatos avaliarem as propostas discutidas nas bases e definir os próximos passos da mobilização.

“É inadmissível que em plena crise de preço de combustíveis o governo Bolsonaro cogite a ideia de privatizar a Petrobras. A Petrobras desde sempre foi uma ferramenta de grande importância para o Brasil e desenvolvimento da nossa indústria. Agora, em um momento que os preços dos combustíveis estão disparando, a população sem conseguir comprar gás de cozinha e diesel, e a Petrobrás sendo nossa única solução para controlar o preço, cogitar privatizar a empresa é se acovardar e não assumir o papel que um presidente deveria tomar. Sabemos que o governo Bolsonaro atende o interesse dos mais ricos, mas a população brasileira, verdadeira dona da Petrobrás, não aguenta mais a situação dos combustíveis e defende que a empresa volte a atuar como uma empresa pública. Com a Petrobrás o Brasil tem futuro, com o Bolsonaro não”, reforça Alexandre Finamori, coordenador do Sindipetro/MG.