Sindipetro/MG considera legítima paralisação dos caminhoneiros
O Sindipetro/MG, assim como a Federação Única dos Petroleiros (FUP) e outros sindicatos filiados, considera legítima a paralisação dos caminhoneiros, deflagrada nesta segunda (1), contra os preços abusivos dos combustíveis e pelo fim da política de reajustes adotada pela gestão da Petrobrás.
No caso de Minas Gerais, a Justiça, a pedido da Advocacia-Geral do Estado, proibiu o bloqueio de rodovias, seguindo tendência nacional, como a suspensão, por parte de Luiz Fux, do STF, de decisão que autorizava a greve. Essas movimentações jurídicas demonstram a diferença de tratamento quando se trata de mobilizações de trabalhadores. Basta lembrar de outras movimentações patronais de caminhoneiros, que receberam apoio de diversas esferas de poder.
O Sindicato dos Petroleiros concorda com a reivindicação dos trabalhadores a respeito da necessidade de mudança dos preços, que impactam profundamente na vida de quem depende do próprio trabalho para sobreviver.
Desde que foi implementada, por Michel Temer, e mantida por Bolsonaro, a política de Preço de Paridade de Importação (PPI) que a gestão da Petrobrás vem mantendo fez com o preço do diesel nas refinarias já fosse reajustado 12 vezes somente neste ano, acumulando alta de 65,3%.
O PPI vem atrelado à deliberada redução da produção nacional de refino de petróleo, à gestão voltada aos interesses de curto prazo dos acionistas, ao desmonte da Petrobrás e às ameaças de privatização da empresa.
O Sindipetro/MG destaca ainda que a questão central para a solução dos preços não passa pelo ICMS. “O debate precisa ser feito de uma forma mais ampla, pensando em todo o sistema tributário. Independente do peso do imposto estadual no combustível, ele é estável. Ele não é o vilão do aumento dos preços. A questão central é o PPI e a política da Petrobrás”, afirma Alexandre Finamori, coordenador do Sindipetro/MG.
Assim, a medida do governo de Romeu Zema (Novo), de congelar o ICMS do diesel, não resolve o problema. “A prova se mostra na prática, mesmo congelando o ICMS a população pagará a gasolina e o diesel mais caro. Bolsonaro mente e se acovarda quando insinua que o problema dos combustíveis é o ICMS”, reforça Finamori.