Quem são os presidenciáveis e o que pensam da Petrobrás Quem são os presidenciáveis e o que pensam da Petrobrás

Diversos, Notícias, Tribuna Livre | 5 de janeiro de 2022

Há pouco menos de um ano das eleições presidenciais brasileiras, 12 pré-candidatos concorrem à vaga; saiba quem são e o quais os posicionamentos e planos em relação à estatal


por Andreza de Oliveira | Unificado-SP

Menos de um ano para o primeiro turno das eleições presidenciais, possíveis candidatos já se manifestam sobre uma das maiores empresas brasileiras: a Petrobrás (Foto: Elza Fiúza/ABr)

 

Marcado para outubro do próximo ano, o primeiro turno das próximas eleições presidenciais conta com uma lista de 12 possíveis candidatos na corrida pelo Planalto em 2022.

Representando metade dos 24 partidos que ocupam o Congresso, a maior parte dos participantes que já foram oficializados como pré-candidatos para seguirem na disputa, que ainda pode mudar, já apresentou declarações sobre a Petrobrás ou o que farão caso sejam eleitos. Confira:

 

Alessandro Vieira, pelo Cidadania

Alessandro Vieira (Cidadania-SE) | Foto: Sergio Lima

Já oficializado como pré-candidato do partido, Alessandro Vieira é Senador pelo estado de Sergipe e delegado da Polícia Civil. Alinhado à bancada ruralista, ele ganhou destaque ao participar da CPI da covid.

Em 2019, Vieira disse em entrevista que, para ele, o arrendamento das Fábricas de Fertilizantes (Fafens) da Petrobrás era “uma questão de estratégia nacional”. Na época, ele afirmou que a estatal não havia apresentado segurança aos agricultores e que, se essas empresas parassem, o Brasil dependeria 100% da iniciativa internacional: “Não é inteligente colocar nas mãos do estrangeiro a composição de preço da nossa principal commodity”.

 

André Janones, pelo Avante

André Janones na Câmara dos Deputados

André Janones (Avante – MG) | Foto: Câmara dos Deputados

Deputado Federal pelo estado de Minas Gerais, Janones é advogado, está no primeiro mandato e já teve a pré-candidatura para a presidência oficializada pelo partido.

Em outubro deste ano, por meio de uma rede social, ele se manifestou contra o aumento dos preços dos combustíveis e chamou seus seguidores para uma mobilização nas ruas.

Apesar de não ter abordado a Petrobrás em suas entrevistas como pré-candidato, Janones já mostrou ser contra as ações governamentais do atual presidente, Jair Bolsonaro (PL), e também não aprova a candidatura do ex-presidente Lula (PT) por conta dos escândalos envolvendo a companhia.

 

Cabo Daciolo, pelo Brasil 35

Cabo Daciolo lendo o regimento interno da Câmara dos Deputados

Cabo Daciolo (Brasil 35) | Foto: Wikimedia

Concorrente da eleição presidencial anterior, Daciolo é ex-deputado federal e ficou famoso pelos discursos conspiratórios. Oficializado como candidato pelo Brasil 35, o militar, apesar de posicionado na direita política, tem visão nacionalista e já se posicionou contra a venda da Petrobrás.

Nas últimas eleições, ele saiu em defesa das empresas públicas estratégicas, dizendo que não deveriam ser privatizadas. Em entrevista para o Agora RN no último mês, ele voltou a abordar o assunto: “O governo Paulo Guedes, que está entregando a nação toda, está privatizando a nossa galinha de ouro, que é a Petrobrás, que é a mola propulsora do país, que é a Eletrobrás, que o crescimento e industrialização do país precisa de eletricidade”.

Ciro Gomes, pelo PDT
O candidato à Presidência da República, Ciro Gomes, do PDT, discursa durante o evento, Diálogos Eleitor, realizado pela União Nacional de Entidades do Comércio e Serviços (Unecs).
Ciro Gomes (PDT) | Foto: José Cruz/Agência Brasil

Com candidatura ainda não oficializada por desavenças com o partido, Ciro Gomes também concorreu à última eleição presidencial e, por diversas vezes, já demonstrou ser contrário à privatização da Petrobrás e de outras estatais brasileiras.

Ex-ministro da Fazenda, Gomes aborda constantemente, em suas redes sociais e entrevistas, a necessidade de manter a estatal como empresa pública. Ele também já declarou acreditar que, em algum momento, todos os governos anteriores já tentaram vender a Petrobrás.

Felipe d’Ávila, pelo Novo
Felipe d’Ávila (Novo) | Foto: Youtube/Fecomercio SP/Reprodução

Segundo a concorrer ao cargo de presidente da República pelo partido Novo, Felipe d’Ávila é cientista político e já teve a candidatura oficializada.

Durante o lançamento de seu nome para concorrer às eleições, o candidato de espectro liberal prometeu que, se eleito, venderá a Petrobrás no primeiro dia de seu mandato.

Jair Bolsonaro, pelo Partido Liberal (PL)
Presidente Jair Bolsonaro
Jair Bolsonaro (PL) | Foto: Marcelo Camargo/ Agência Brasil

Atual presidente da República, ex-deputado federal e militar da reserva, Jair Bolsonaro já mostrou durante três anos de mandato que é mais do que favorável à venda de estatais fundamentais para o país. No seu governo, a empresa já se desfez de mais de 400 ativos.

Seguindo a agenda liberal do ministro da Economia, Paulo Guedes, Bolsonaro chamou recentemente a empresa de “monstrengo” e diz ter planos para privatizar parte da companhia ainda antes de seu mandato se encerrar.

João Dória, pelo PSDB
O governador de São Paulo, João Doria, fala à imprensa
João Doria (PSDB) | Foto: Valter Campanato/ Agência Brasil

Governador de São Paulo e ex-prefeito da capital paulista, Dória já foi lançado oficialmente pelo partido como pré-candidato à presidência.

Em uma das prévias eleitorais do PSDB, ele afirmou que privatizará a Petrobrás e o Banco do Brasil caso seja eleito e que a petrolífera deveria ser diluída em várias outras empresas – o que, na visão dele, diminuiria o preço dos combustíveis.

Leonardo Péricles, pelo Unidade Popular (UP)
Leonardo Péricles, coordenador nacional da Unidade Popular
Leonardo Péricles (UP) | Foto: Divulgação

Presidenciável pelo partido mais jovem do Brasil, Péricles é mineiro e já se posicionou contra a privatização das estatais brasileiras. No próprio site do partido, textos assinados por ele deixam clara a visão do político em relação às privatizações: “[…] Barrar as privatizações dos Correios, Eletrobrás, Petrobrás, Caixa Econômica e Banco do Brasil; suspensão e auditoria cidadã da dívida pública; redução do preço dos alimentos, do gás de cozinha, da energia elétrica e dos combustíveis.”

Luiz Inácio Lula da Silva, pelo PT
Lula em Jundiaí
Lula (PT) | Foto: Instituto Lula

Ex-presidente do Brasil e responsável por altos investimentos na Petrobrás durante seus dois mandatos, foi no governo de Lula que a empresa descobriu o pré-sal e bateu recorde de investimentos.

O metalúrgico concorre às eleições após ter ficado preso por um ano em decorrência da Operação Lava Jato – condenação que foi anulada.

De esquerda e com caráter nacionalista, Lula defende constantemente o caráter público da Petrobrás e de demais empresas estratégicas para a soberania nacional.

Rodrigo Pacheco,  pelo Partido Social Democrático (PSD)
Rodrigo Pacheco, preside sessao para analisar o marco legal das startups e do empreendedorismo
Rodrigo Pacheco, preside sessão para analisar o marco legal das startups

Presidente do Senado, Rodrigo Pacheco ainda não teve seu nome lançado oficialmente à presidência da República pelo partido.

Em novembro deste ano, o senador encontrou-se com Joaquim Silva e Luna para discutir os preços da Petrobrás. Em setembro, quando ainda era do DEM, ele se posicionou dizendo que a empresa precisava ter um olhar mais social para o preço dos combustíveis e que não era hora de pensar em privatização, apesar de concordar com a venda da estatal.

Sérgio Moro, pelo Podemos
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, fala à imprensa
Sergio Moro (Podemos) | Foto: Agência Brasil

Ex-magistrado e ex-ministro da Justiça do governo de Jair Bolsonaro, Moro foi o juiz responsável pelo julgamento em primeira instância da Operação Lava Jato, feito que deu notoriedade ao político e que prejudicou a imagem da Petrobrás.

Agora presidenciável, Moro diz que é preciso um estudo para analisar se cabe a privatização da Petrobrás, apesar de já ter dito não ver problema na venda da empresa.

Simone Tebet, pelo MDB
Senadora Simone Tebet fala durante o quinto dia de julgamento final do processo de impeachment da presidenta afastada, Dilma Rousseff, no Senado.
Simone Tebet (MDB) | Foto: Wilson Dias/Agência Brasil

Única mulher, até o momento, anunciada como pré-presidenciável, Tebet criticou, em 2016, a redução da participação da Petrobrás na exploração do pré-sal com a apresentação da PEC 06/2016.

Tebet ainda não comentou publicamente o processo de privatização em curso da Petrobrás, mas já se posicionou contrária à venda de outra estatal, a Eletrobrás, como disse em entrevista ao Poder 360, em junho deste ano: “Desagradou o setor produtivo, principalmente a indústria, que vai pagar muito por uma energia mais cara e vai ter que inflacionar os produtos.”

Alinhada com o setor produtivo, ela também cobrou recentemente em entrevista a conclusão das obras da Unidade de Fertilizantes da Petrobrás em Três Lagoas (UFN3), no Mato Grosso do Sul.