Vagas ofertadas em concurso da Petrobrás são insuficientes Vagas ofertadas em concurso da Petrobrás são insuficientes

Diversos, Notícias, Tribuna Livre | 7 de janeiro de 2022

Está encerrado o período de inscrição para o concurso público da Petrobrás. O processo seletivo, que tem a primeira etapa marcada para o dia 20 de fevereiro de 2022, encerrou o período de inscrições na última quarta-feira (5). Ao todo, estão sendo ofertadas 757 vagas para profissionais com formação em nível superior de diversas áreas da engenharia, da geofísica e da economia. Porém, a ausência de vagas para profissionais com nível de formação médio e técnico causa estranhamento na categoria petroleira.

Vítima da política de desmonte e privatização das empresas estatais, a Petrobrás vem há alguns anos sofrendo com a falta de efetivo. Os riscos de se trabalhar com o efetivo reduzido são constantemente denunciados pelos sindicatos de petroleiros. Mas, para maximizar os lucros dos seus acionistas, a empresa se mostra disposta a arriscar a vida de seus funcionários.

Desde 2016 percebemos um descaso dos gestores da Petrobrás com capacitação e qualificação dos trabalhadores, em especial os técnicos ligados a manutenção e a produção. Só que agora a situação tem ficado ainda mais grave com o processo de terceirização e a saída de muitos trabalhadores. A falta de efetivo está evidente para qualquer gestor ou órgão de fiscalização que queira comprovar. Já aconteceu setores operam com metade do número mínimo seguro para a unidade, colocando a vida de todos em risco, inclusive de quem mora perto da refinaria. E tudo isso com aval dos gerentes e supervisores da refinaria. Esse absurdo tem que parar imediatamente” afirma o coordenador geral do Sindipetro/MG, Alexandre Finamori.

Nos últimos anos temos visto a empresa promover programas de demissão voluntária sem demonstrar preocupação em repor a mão de obra. Outro problema evidente é a forma como a empresa está terceirizando diversos setores das refinarias. Na Refinaria Gabriel Passos (Regap), em Betim/MG, essas ações se evidenciam através da terceirização da Segurança, Meio Ambiente e Saúde (SMS) e da contratação de bombeiros civis sem experiência específica na área.

A Unidade de Hidrotratamento (HDT) da Regap é mais uma afetada por essa política. A falta de efetivo na unidade tem feito com que ela esteja sendo constantemente operada abaixo do número mínimo. A operação nessas condições sobrecarrega as trabalhadoras e os trabalhadores, aumentando os riscos de desenvolverem doenças psicológicas. Além disso, a falta de efetivo nas unidades pode causar acidentes de grandes proporções, afetando a saúde e até mesmo a vida da população local.

Após três anos sem concurso público, a categoria petroleira compreende que as 757 vagas criadas por esse edital são de extrema importância para a Petrobrás. Mas as petroleiras e os petroleiros esperavam que a empresa compreendesse os riscos da falta de efetivo e realizasse um concurso que também criasse vagas para os níveis médio e técnico. A economia que a Petrobrás está fazendo com a redução de efetivo é insignificante diante das vidas que estão em risco.