Metroviárias e metroviários aguardam reunião com governo para decidir sobre greve Metroviárias e metroviários aguardam reunião com governo para decidir sobre greve

Diversos, Notícias, Tribuna Livre | 25 de fevereiro de 2022

Metroviárias e metroviários aguardam reunião com governo para decidir sobre greve


por CUT Minas

 

Metroviárias e metroviários decidiram, em assembleia realizada na noite de quinta-feira, 24 de fevereiro, na Estação Central do Metrô de Belo Horizonte não entrar em greve nesta sexta-feira (25). A categoria, coordenada e organizada pelo Sindicato dos Empregados em Transportes Metroviários e Conexos de Minas Gerais (Sindimetro/MG), vai aguardar o resultado de uma reunião agendada pelo governo federal para o dia 10 de março, quando será discutida a proposta dos metroferroviários, que se baseia na anulação das condições do item 3 da Resolução CPPI nº 206, com normas para a privatização do metrô. O documento permite que a CBTU faça transferência dos funcionários para outros estados onde a companhia administra o Metrô.

Na terde de quinta-feira, houve uma audiência no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) em que os representantes do governo federal se propuseram a fazer esclarecimentos aos trabalhadores sobre como ficará a situação dos mesmos caso a empresa seja privatizada, em uma reunião marcada para o dia 10 de março. A categoria vai realizar uma nova assembleia no dia 14 e já com deliberação de greve caso não haja respostas satisfatórias para metroviárias e metroviários de Belo Horizonte.

O Sindimetro/MG vem tentando de todas as formas, obter respostas sobre diversas questões relativas ao destino dos trabalhadores, inclusive com a intermediação do Tribunal Regional de Trabalho. Prazos foram estabelecidos para que estas respostas viessem por parte do governo federal ou da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU),  sem sucesso, e, como vem acontecendo desde o início do processo de desestatização, o desrespeito e a grande indiferença imperam, deixando em trabalhadoras e trabalhadores um profundo sentimento de incerteza e insatisfação.

A greve é o último recurso de luta que a categoria metroviária gostaria de usar para se obter informações sobre como a desestatização irá afetar o destino dos trabalhadores e dos usuários do metrô, mas é uma situação limítrofe, uma vez que todos os outros canais de comunicação foram ignorados.

Antes da assembleia, o presidente da Central Única dos Trabalhadores de Minas Gerais (CUT/MG), Jairo Nogueira Filho, fez uma saudação à categoria e reiterou o apoio de toda base CUTista ao movimento de metroviárias, metroviários e todas as categorias em luta contra o projeto de privatização e de desmonte do Estado dos governos de Jair Bolsonaro e Romeu Zema.

“A gente tem passado pelos mesmos percalços que vocês têm sofrido aqui no Metrô. Com ataques constantes. A gente está vivendo uma realidade muito diferente no Brasil desde 2016. Os ataques têm sido constantes em todas as categorias e ao mesmo tempo. E o nosso processo é esse: resistência, como vocês estão fazendo, para tentar avançar no que for possível avançar, resistir e manter os nossos direitos. Não às privatizações de nossas empresas, como disse nosso companheiro Robson, dos Correios. Estão tentando vender os Correios, a Petrobras, o Metrô, a Cemig, a Copasa. Querem privatizar até a educação e a saúde. O projeto deles, antes da pandemia, era privatizar até o SUS. Imaginem o aconteceria para nós com o SUS privatizado no meio de uma pandemia”, disse Jairo Nogueira, presidente da CUT/MG.

“Nós, da classe trabalhadora, temos que manter essa resistência, essa unidade de entender e saber o que está acontecendo com as categorias. Esse é o papel da CUT, quando vem aqui, quando participa. E daqui a gente transmite a realidade de metroviárias e metroviários para outras categorias. Então, companheira, que a resistência a gente consiga dobrar o governo Bolsonaro. E este é o ano da virada para a classe trabalhadora. O ano que a gente vai virar, mudar essa realidade, pois o que passamos em 2016 e depois com a eleição de 2018 foi um aprendizado muito grande para gente. Está aí a oportunidade de tirar o Zema, de tirar o Bolsonaro. De mudar essa relação e a gente construir de fato uma pauta da classe trabalhadora. Parabéns pela luta, parabéns pela resistência”, concluiu Jairo Nogueira.

Nesta sexta-feira (25) será realizado um Ato Contra a desestatização do Metrô de Belo Horizonte, que irá acontecer na Praça da Estação, às 17 horas, e contará com a presença de diversas entidades sindicais, sociais e parlamentares.