8M – Em uma sociedade machista e patriarcal, as mulheres continuam lutando por seus direitos 8M – Em uma sociedade machista e patriarcal, as mulheres continuam lutando por seus direitos

Diversos, Notícias, Tribuna Livre | 8 de março de 2022

Relatório feito pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) – subseção FUP, revelou que as mulheres, em todas as funções exercidas na Petrobrás, recebem menos do que os homens


por imprensa do Sindipetro/BA

 

Fruto de um longo processo histórico, o reconhecimento dos direitos das mulheres, apesar dos avanços, ainda engatinha. Há apenas 90 anos, celebrados no dia 24/02, a mulher conquistou o direito ao voto no Brasil. Mas muita luta foi travada para que as mulheres hoje pudessem ser consideradas cidadãs em uma sociedade extremamente machista e patriarcal.

Porém, apesar dos avanços inegáveis, frutos de muita luta, as mulheres continuam sendo vítimas de violência sexual e moral, além de serem subjugadas, oprimidas, desrespeitadas e receberem salários mais baixos do que os homens, ocupando os mesmos cargos.

Relatório feito pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) – subseção FUP, revelou que as mulheres, em todas as funções exercidas na Petrobrás, recebem menos do que os homens. Nos cargos de nível médio elas ganham, em média, 76% de uma remuneração masculina, exercendo a mesma atividade.

“Ser mulher é um grande desafio seja na esfera pública ou privada, na política, no trabalho, como chefes, esposas ou dirigentes sindicais. Nada é fácil para a mulher. Não basta ser competente, você tem que provar o tempo todo, se impor, brigar para ocupar seu espaço, permanecer e ser respeitada. Da mesma maneira que ainda precisamos nos defender dos constantes assédios morais e sexuais. Todas essas formas de agressão se acentuam quando encontram os corpos de mulheres negras, pois partimos dessa encruzilhada que intersecciona raça e gênero. Essa série de violências invisibilizam, silenciam e acentuam as vulnerabilidades sobre os corpos das mulheres negras”, relata Elizabete Sacramento, que hoje é diretora do setor financeiro do Sindipetro Bahia.

 

Vidas perdidas

As mulheres sofrem ainda com a misoginia e milhares perdem suas vidas, vítimas de feminicídio. Elas são mortas pelo simples fato de serem mulheres. Se a desigualdade de gênero é um fato no Brasil, ela se agrava quando trata-se de mulheres negras, o que revela o racismo presente na sociedade brasileira. De acordo com matéria publicada pela Agência Câmara de Notícias, das 1.350 mortes por feminicídio, no Brasil, em 2020, a maioria foi de mulheres negras.

O Atlas da Violência 2021 revelou que em 2019, 66% das mulheres assassinadas no Brasil eram negras. De acordo com o Atlas “em termos relativos, enquanto a taxa de homicídios de mulheres não negras foi de 2,5, a mesma taxa para as mulheres negras foi de 4,1. Isso quer dizer que o risco relativo de uma mulher negra ser vítima de homicídio é 1,7 vezes maior do que o de uma mulher não negra, ou seja, para cada mulher não negra morta, morrem 1,7 mulheres negras”.

 

As mulheres vão derrotar Bolsonaro nas eleições de outubro

A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), apontou que 462 mil mulheres perderam empregos formais no primeiro ano da pandemia. Durante o governo de Jair Bolsonaro foi extinta a Secretaria Especial de Políticas Públicas para as Mulheres, além de ter ocorrido o aumento da idade mínima para a aposentadoria e o aumento das restrições dos direitos da mulher em relação ao aborto.

Pesquisa realizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostra que a taxa de desemprego entre as mulheres chegou a 17,9% no primeiro trimestre de 2021. No caso dos homens, o número foi de 12,2%.

De acordo com dados levantados pelo PoderData e publicados no site Poder360, apenas 17% das mulheres pretendem reeleger o atual presidente.

Mas as mulheres representam 52,5% do eleitorado brasileiro e a maioria delas vai fazer a diferença nas eleições de outubro, começando desde já a ocupar as ruas e as redes sociais no 8 de Março (8M), protestando contra a política genocida de Bolsonaro e dando um recado claro que o bolsonarismo será derrotado nas urnas através do voto feminino.

As mobilizações que acontecem em todo o Brasil têm como tema “Pela vida das mulheres, Bolsonaro nunca mais, por um Brasil sem machismo, sem racismo e sem fome”.

A luta das mulheres, que não se resume ao 8 M, é também em defesa da vida, contra a fome, a carestia, a violência, o desemprego, pela saúde, pelos seus direitos sexuais e reprodutivos, em defesa do SUS e dos serviços públicos gratuitos e de qualidade.

Conheça algumas das bandeiras de luta que serão levadas às ruas pelas mulheres CUTistas neste 8 de Março

– Importância do voto consciente para retirar Bolsonaro do poder
– Lula presidente
– Pelo fim dos processos de privatização das nossas estatais;
– Pela revogação da reforma Trabalhista (este tema segundo Juneia é inegociável para as mulheres da CUT);
– Rever a lei das terceirizações;
– Pela revisão da reforma da Previdência;
– Pelo arquivamento da PEC 32, da reforma Administrativa;
– Adoção e ratificação da convenção 190 da Organização Mundial do Trabalho sobre a violência no mundo do trabalho que sofrem, principalmente, as mulheres negras e pessoas com orientação sexual diferente dos chamados heterossexuais;
– Pelo fim do desmatamento da Amazônia.