Sindicato cobra explicações sobre forte odor de gás da refinaria da Petrobrás, em Betim (MG) Sindicato cobra explicações sobre forte odor de gás da refinaria da Petrobrás, em Betim (MG)

Petroleiros na Mídia | 18 de março de 2022

Moradores teriam relatado dor de cabeça, irritação das vias aéreas e outros sintomas desde domingo (13)

Rafaella Dotta
Belo Horizonte (MG) | Brasil de Fato MG |

Em boletim publicado em 11 de março, o próprio Sindipetro-MG denunciou a quebra de um compressor na unidade de destilação de petróleo – Foto: Arquivo Petrobrás

Um forte cheiro de gás está sendo sentido pelas comunidades do entorno da Refinaria Gabriel Passos (Regap), em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (MG). O odor está causando sintomas como dor de cabeça, tontura, perda de apetite e irritação nas vias aéreas, segundo o Sindicato dos Petroleiros de Minas Gerais (Sindipetro-MG).

Os relatos começaram no domingo (13), de forma leve e vem aumentando ao longo dos dias. O sindicato informa que enviou um ofício à refinaria, cobrando a apuração e providências para resolver a situação. E cobra, especificamente, explicações sobre problemas que teriam ocorrido em uma nova unidade da refinaria e no sistema de vácuo de um dos equipamentos que, sem manutenção, teria jogado gases para a atmosfera.

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Em boletim publicado em 11 de março, o próprio Sindipetro-MG denunciou a quebra de um compressor na unidade de destilação de petróleo. A máquina faz a retirada dos gases de topo da torre de destilação a vácuo e seu eixo estaria quebrado. O resultado foi a emissão de componentes tóxicos no ar.

“Com a ausência desse compressor, no dia 27 de fevereiro de 2022, o gás contendo hidrocarbonetos e componentes tóxicos, que normalmente segue para o CCF1, foi desviado para a atmosfera”, relatou o boletim. “A emissão desses gases provoca a contaminação ambiental e representam risco à saúde das pessoas”, completa.

A reportagem entrou em contato com a Petrobrás, que admitiu a falha de equipamento e também confirmou as reclamações sobre odores nos arredores da Regap. Porém, a empresa nega que a emissão do gás possa prejudicar a saúde dos moradores e dos trabalhadores.

Segundo a Petrobrás, o problema será corrigido até o fim de março.

Privatização e “acidentes”

Situações como essa têm servido como um alerta sobre a redução de funcionários na Petrobrás. Por exemplo, uma falha em outro setor, no raqueamento Catalítico Fluidizado (CCF) da Regap, também conhecido como Secra, poderia gerar uma nuvem tóxica e chegar até o bairro Riacho das Pedras, em Contagem.

“O sindicato tem denunciado o sucateamento da empresa com vistas à privatização, que vai trazer danos aos trabalhadores e à população”, afirma o coordenador geral do Sindipetro-MG, Alexandre Finamori. “Cobramos a apuração urgente sobre a origem dessa contaminação, assim como medidas para que os trabalhadores e a população fiquem em segurança”, diz.

Edição: Larissa Costa

Fonte: Brasil de Fato