Odor de gás: Sindipetro/MG cobra solução sobre equipamento quebrado na Regap Odor de gás: Sindipetro/MG cobra solução sobre equipamento quebrado na Regap

Diversos, Notícias, Tribuna Livre | 18 de março de 2022

No último boletim, o sindicato denunciou a precarização no DH que expõe o desprezo da Petrobrás à vida e ao meio ambiente. Durante a semana, moradores da região no entorno da Refinaria Gabriel Passos (Regap), em Betim, reclamaram sentir um forte odor característico de gases tóxicos. Conforme relatos que chegaram ao sindicato, alguns moradores sentiram dor de cabeça, tontura, perda de apetite e irritação nas vias aéreas por causa do cheiro forte.

A direção do Sindipetro/MG enviou ofício à Regap para cobrar uma posição da empresa sobre o odor que afetou os moradores e a eventual conexão com os problemas ocorridos no sistema de vácuo de equipamento que, sem manutenção, tem jogado gases tóxicos para a atmosfera. O 02-K-03, compressor de retirada dos gases de topo da torre de destilação a vácuo (02-C-01), quebrou o eixo principal e está em manutenção desde 27 de fevereiro. Segundo os relatos, nunca houve manutenção nesse eixo desde que ele entrou em operação.

Com a ausência desse compressor, o gás contendo hidrocarbonetos e componentes tóxicos, que normalmente segue para o CCF1, foi desviado para a atmosfera com emissão de componentes tóxicos no ar. A emissão desses gases provoca a contaminação ambiental, representando riscos à saúde das pessoas.

O morador do bairro Tropical em Contagem, Francis Costa, relata que sentiu o odor e ficou com os olhos, nariz e garganta irritados. “Na vizinhança, várias pessoas sentiram mal e foi feito um uma ocorrência no Corpo de Bombeiros. O cheiro, às vezes, se dissipa, mas não sabemos se estamos seguros”, conta. “Não se pode normalizar os danos à saúde da população. A gente quer saber o que nos fez mal, como solucionar e garantir que não aconteça com mais ninguém, conclui.

A Regap admite a falha do equipamento e confirma que também recebeu reclamações sobre odores nos arredores da refinaria. Porém, a empresa nega que a emissão do gás do equipamento em manutenção possa prejudicar a saúde dos moradores e dos trabalhadores. No dia 15/03, o Sindicato levou o caso ao conhecimento da Secretaria do Estado de Meio Ambiente (Semad) e ainda não obteve resposta.

“O sindicato tem denunciado o sucateamento da empresa com vistas à privatização, que vai trazer ainda mais danos aos trabalhadores e à população”, afirma o coordenador geral do Sindipetro-MG, Alexandre Finamori. “Cobramos a apuração urgente sobre a origem dessa contaminação, assim como medidas para que os trabalhadores e a população fiquem em segurança”, diz.