iFood contratou agências para atacar e desmobilizar greve de entregadores iFood contratou agências para atacar e desmobilizar greve de entregadores

Diversos, Notícias, Tribuna Livre | 4 de abril de 2022

Aplicativo criou perfis falsos e páginas no Facebook para divulgar fake news e atacar trabalhadores


Por Redação RBA

Entregadores do iFood em loja de shopping em Belo Horizonte na manhã desta sexta-feira | Reprodução Twitter

 

Diante do anúncio da greve dos entregadores neste dia 1º, o iFood injetou dinheiro em uma promoção para esvaziar a mobilização em São Paulo, segundo denúncia dos próprios trabalhadores. A plataforma anunciou uma “promoção”, pagando um extra de R$ 3 a mais por corrida durante a hora do almoço. Além disso, teria antecipado um reajuste de R$ 1 para R4 1,50 por quilômetro rodado. Muitos entregadores, em mobilização justamente pelos ganhos tão baixos, preferiram trabalhar.

“Triste realidade do trabalhador que precisa colocar comida na mesa e infelizmente tem que aceitar uns trocados a mais. iFood deveria ter vergonha de desmobilizar a greve em vez de realmente aceitar dar melhores condições para um trabalho mais justo”, disse o presidente do Sindicato dos Comerciários do Rio de Janeiro, Márcio Ayer, nas redes sociais.

Mesmo assim trabalhadores fizeram ato diante da sede da plataforma de entregas em São Paulo, explicando a situação da categoria e em solidariedade a outros trabalhadores em greve, como os garis do Rio de Janeiro.

A greve, no entanto, segue em várias localidades, com apoio da opinião pública e até de algumas autoridades. “Hoje é dia do #apagaodosapps, dia de paralisação dos entregadores por aplicativo que pedem maior remuneração e condições de trabalho justas! Não peçam por app hoje para fortalecer a luta!”, publicou em seu Twitter a vereadora Erika Hilton (Psol), presidenta da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Municipal de São Paulo.

 

O movimento dos entregadores

Os entregadores reivindicam, entre outras coisas, a desobrigação de agendar previamente o horário de trabalho; o fim de duas ou mais entregas em uma mesma corrida; que o atendimento deixe de ser feito por robôs; o fim dos bloqueios não justificados; a distribuição de pedidos de maneira igualitária entre as modalidades de entregadores e que as taxas sejam reajustadas anualmente.