Petroleiros criam comitê popular de luta em apoio a Lula Petroleiros criam comitê popular de luta em apoio a Lula

Diversos, Notícias, Tribuna Livre | 13 de abril de 2022

A plenária final do 36º Congresso Estadual dos Petroleiros de Minas Gerais aprovou uma moção em apoio ao Comitê das Petroleiras e Petroleiros de Minas Gerais por Lula presidente. Para o diretor do Sindipetro\MG, Felipe Pinheiro, a iniciativa que surgiu da base do sindicato é de grande importância dado o atual cenário político, onde o ex-presidente Lula é o único candidato em condições de derrotar Bolsonaro e o fascismo. 


“É muito importante que haja engajamento da base nessa campanha eleitoral que pode definir o futuro da nossa categoria. Derrotar Bolsonaro nas ruas, nas redes e nas ruas é tarefa histórica de todos nós para interromper esse processo de destruição da Petrobrás. Não se trata só de eleger Lula, mas também de retomar organização popular de base.”, afirma Felipe

A organização de comitês populares em torno das campanhas eleitorais também tem o objetivo de alavancar um processo político permanente de organização, formação e luta pela base e fazer com que a eleição seja um amplo movimento de massas.

Para o petroleiro aposentado e integrante do Comitê, Getúlio Fioravante, é preciso estar em todas as frentes para derrotar Bolsonaro. “Temos que ir à luta para frear esse governo. Os comitês aumentam a possibilidade de maior participação da sociedade no combate à situação desastrosa que o país se encontra”, opina.

A ideia é que os comitês populares de luta, formados no campo progressista, prossigam além das eleições e ajam para combater as fake news do bolsonarismo e conscientizar sobre as causas das mazelas sociais que levam sofrimento à população: a volta da fome, da inflação, a alta do desemprego. Sem falar nas mais de 660 mil mortes durante a pandemia, muito em função do negacionismo incentivado pelo bolsonarismo. 

Leia a moção na íntegra:

MOÇÃO EM APOIO AO COMITÊ DAS PETROLEIRAS E PETROLEIROS DE MINAS GERAIS POR LULA PRESIDENTE

 

A profunda crise social, econômica e política que vive o Brasil hoje não deve ser encarada como simples consequência da pandemia da COVID-19 ou das secas e enchentes, mas sim como o resultado da adoção de políticas neoliberais por parte do governo brasileiro – em especial desde que Michel Temer deu um golpe na presidenta eleita, Dilma Rousseff, e assumiu a presidência em 2016. Se entre 2016 e 2018 o povo brasileiro viu suas condições de vida piorarem, desde 2019, com o início do governo Bolsonaro, a vida da classe trabalhadora do nosso país vem se tornando insustentável.

Hoje, apesar de ser o 3° maior produtor de alimentos do mundo, metade da população brasileira vive com insegurança alimentar e mais de 20 milhões passam fome; enquanto 94% do petróleo refinado no Brasil é nacional, os combustíveis e o gás de cozinha são vendidos a preços absurdos atrelados ao dólar; são mais de 12 milhões de desempregados e quase 5 milhões de desalentados e, após dois anos de pandemia do coronavírus, são mais de 660 mil vítimas do descaso de um governo genocida. Além disso, Bolsonaro tem se portado como um vetor de projetos políticos autoritários e fascistas, tensionando as instituições e colocando em risco a nossa tão jovem e frágil democracia.

A desestruturação das políticas públicas voltadas para o combate à desigualdade, a destruição dos direitos trabalhistas e da Constituição de 1988 foram sintomas do longo e estruturado projeto assumido por esse governo para destituir o Brasil da sua posição de país emergente e construtor de sua soberania. Nessa mesma esteira a entrega das empresas estatais – em especial a Petrobrás, em profundo e intenso processo de desmonte e privatização – para conglomerados internacionais são mais um largo passo rumo a desindustrialização da economia brasileira.

Nesse cenário, a organização da luta de petroleiros e petroleiras não pode se limitar à afirmação das suas justas pautas corporativas ou da defesa legítima do próprio emprego – é dever político e histórico da nossa categoria lutar em defesa de uma Petrobrás estatal, servindo aos interesses do povo brasileiro, atuando como indutora de desenvolvimento tecnológico, econômico e social e símbolo de soberania sobre o nossas riquezas e territórios. Entretanto, para reverter a situação em que se encontra o Brasil hoje e estancar esse processo de destruição da Petrobrás, é fundamental a derrota de Bolsonaro nas ruas, nas redes e nas urnas.

Em um momento tão ímpar da breve história da democracia brasileira, a classe trabalhadora organizada não pode vacilar na necessária combinação de todas as formas de luta. Isto é, não cabe privilegiar a luta institucional em detrimento da organização de base e vice-versa: é preciso que o povo organizado seja a retaguarda das mudanças necessárias para a reconstrução das bases mínimas de um projeto popular, justo e igualitário para o Brasil. Nesse sentido, a organização de comitês populares em torno das campanhas eleitorais é de suma importância não somente para a derrota eleitoral de Jair Bolsonaro, mas também para enfrentar o avanço do bolsonarismo e reconstruir um processo político permanente de organização, formação e luta pela base.

Precisamos transformar a forte referência política que Lula possui na categoria petroleira e no povo brasileiro – dado o cenário atual, o único candidato em condições políticas e eleitorais de derrotar Bolsonaro – em organização popular, para que sua eleição seja fruto de um amplo movimento de massas. Por isso, a tarefa de constituir comitês de base, como o Comitê das Petroleiras e Petroleiros de Minas Gerais, é louvável e necessária diante da atual conjuntura. É preciso que aquelas e aqueles que hoje constituem essa categoria tão importante para o desenvolvimento e a soberania do nosso país sejam parte ativa do primeiro passo a ser dado na reconstrução da nação brasileira. Que essa iniciativa se desdobre em mais comitês e que reaproxime mineiras e mineiros de um fazer político comunitário, propositivo e vitorioso.