Primeiro de Maio de luta e resistência nas ruas de Belo Horizonte Primeiro de Maio de luta e resistência nas ruas de Belo Horizonte

Diversos, Notícias, Tribuna Livre | 2 de maio de 2022

Data e manifestações simbolizam um marco, um ponto de partida para uma jornada de lutas contra a retirada de direitos e conquistas, defesa da democracia, da soberania nacional


por Rogério Hilário | Editado por Rogério Hilário

ROGÉRIO HILÁRIO

 

A classe trabalhadora reafirmou e, mais ainda, intensificou sua disposição para resistir, se unir e lutar contra os ataques dos governos federal e estadual ultraneoliberais e de extrema direita em um Primeiro de Maio, Dia de Trabalhadoras e Trabalhadores, em Belo Horizonte, de resistência e luta.  E continuar nas ruas até derrotar nas urnas a política da morte em curso no Brasil.  A data simbolizou um marco, um ponto de partida para uma jornada de lutas contra a retirada de direitos e conquistas, defesa da democracia, da soberania nacional.

Em atos conjuntos das centrais sindicais, movimentos sociais, estudantis e populares e lideranças políticas, a pauta da classe trabalhadora foi às ruas durante todo domingo na capital mineira. Pela manhã, houve uma concentração na Praça Afonso Arinos, na Região Central, e, por volta das 10h30, todas e todos saíram em marcha para Praça da Assembleia Legislativa, onde se uniram aos apoiadores e ao público na Feira Nacional de Arte e Cultura – Feira da Reforma Agrária e Agricultura Familiar – do Movimento de Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Lá aconteceram manifestações políticas e culturais até a noite, em que a diversidade mais uma vez se fez presente em uma data marcada pela urgência da união contra a piora das condições de vida de trabalhadoras e trabalhadoras e da população brasileira. Durante concentração, trajeto e ato, o Bloco Sou Vermelho tocou e cantou.

Mobilização, manifestações e ato político e cultural foram organizados e coordenados pela Central Única dos Trabalhadores de Minas Gerais (CUT/MG), CTB, UGT, Intersindical, Força Sindical, Nova Central, CSB e Pública, com apoio de sindicatos, entidades sindicais, movimentos sociais, estudantis e populares, MST, parlamentares e lideranças políticas.

“Estamos nas ruas e nelas ficaremos até quando for necessário. A nossa pauta é revogar a reforma trabalhista, que prometeu gerar empregos e não gerou. Contra a reforma da Previdência, que foi também prejudicial à classe trabalhadora, obrigando a todas e a todos a contribuir por mais tempo, sem que existam oportunidades de emprego, num cenário de informalidade. Este dia de trabalhadoras e trabalhadores é um dia de luta.  Nosso Primeiro de Maio é uma data em que a luta, a resistência e a união são reafirmadas para que acabemos com tudo isso”, disse o presidente da Central Única dos Trabalhadores de Minas Gerais (CUT/MG).

“Precisamos da união para derrubar este governo em outubro. É um compromisso muito forte. E por isso, estamos levando a pauta da classe trabalhadora para as ruas, contra o desemprego, a carestia, a alta dos preços dos combustíveis, do gás de cozinha, a fome e lutar pelo futuro de nossos jovens. Vivemos uma crise econômica provocada pelas políticas do próprio governo, que penaliza ainda mais ainda a população carente e favorece o poder econômico”, afirmou Valéria Morato, presidenta da CTB.

“Fomos parte de um grupo de estudantes que, na década de 1980, assumiu a direção da UNE. Vivemos um momento em que o movimento estudantil foi fundamental para mudanças no Brasil. Nosso Primeiro de Maio é de luta e resistência. Nós lutaremos com companheiras e companheiros em todos os lugares. E dialogar sempre com a juventude e o povo pobre, lutar pelo respeito à diversidade. Viva Lula e abaixo o fascismo”, disse Ubiratan Péricles, da Geração Henfil.

“Este Primeiro de Maio precisa ser marcado com a nossa presença, nossa luta por emprego, por direitos, pela democracia, pela vida. Temos que estar nas ruas contra o governo federal e, aqui em Minas Gerais, contra o governo Zema, que pega o recuros público que deveria ser destinado à educação e entrega pra iniciativa privada. A resposta da educação será derrotar esses governos”, afirmou Denise de Paula Romano, coordenadora do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (Sind-UTE/MG).

“A Praça ocupada pela classe trabalhadora, neste dia, demonstra que nosso lugar é nas ruas, com todas as centrais unidas pela luta e a resistência. E, junto com nossos sindicatos, fazer o enfrentamento e, neste 2022, interromper este ciclo e derrotar nas ruas o bolsonarismo e Romeu Zema. Minha saudação é de esperança. As greves que encurralaram o zemismo e a da categoria metroviária, que questionou a privatização, são simbólicas. E junto com agricultoras e agricultores familiares nos unimos para derrotar a política da morte. Temos que incluir os pobres no orçamento”, disse a deputada estadual Beatriz Cerqueira (PT).

“Estive numa manifestação em Contagem. E, cabe lembrar, que a prefeitura estipulou o piso municipal de carreira lá. Neste Primeiro de Maio deixaremos bem claro que a nossa luta continua e seguirá até depois de outubro. Fomos fortalecidos pela ONU que concluiu que Lula foi vítima de um golpe, o que deu ao Sérgio Moro o carimbo de juiz ladrão. Mas, ainda que derrotar Romeu Zema em Minas Gerais Com R$ 35 bilhões no caixa, a gestão estadual faz uma maldade com a educação e a saúde. Um governo que ainda por cima ameaça um patrimônio ambiental entregando a Serra do Curral para as mineradores. Justamente para um setor responsável pelos crimes de Mariana e Brumadinho. Sempre na luta, fora Bolsonaro e leva o Zema junto”, afirmou o deputado federal Rogério Correia (PT).

“Saúdo as centrais, citando a CUT e a CTB e, aos parlamentares, na pessoa de Beatriz Cerqueira. O atual presidente disse que é mineiro, na abertura da Expozebu, em Uberaba. Disse que era de Juiz de Fora. Minas não é feita de bolsonarismo. Não é feita de gente que ri e despreza de mais de 600 mil mortes numa pandemia. Que zomba de mais de 12% da população desempregada e de 50 milhões de pessoas na informalidade. Querem transformar o país num balcão de negócios. Temos que dar um basta nisso. Queremos um governo que represente a classe trabalhadora, os jovens, a população mais carente, que priorize as políticas públicas. Não governos da morte e que desrespeita a biodiversidade, como o de Romeu Zema, que aprovou a mineração na Serra do Curral. É o momento da virada, impulsionado com este Primeiro de Maio nas ruas. Vamos até a vitória em 2022”, disse Wadson Ribeiro, do PCdoB.

“Parabenizo a todas e todos neste dia, quando trabalhadoras e trabalhadores se mobilizam num ato tão fundamental para o futuro deste país. Fizemos a maior greve da história, que durou 41 dias, justamente quando o Sindimetro/MG completa 32 anos. Eu participei da fundação do sindicato, no dia 1º de maio de 1990, na quadra do Sindicato dos Bancários de BH e Região. O Sindimetro sempre esteve nas lutas. Nossa greve começou no dia 21 de maio e terminou ontem (30 de abril). E seguiremos defendendo que o transporte tem que ser público. Na terça-feira, 3 de maio, participaremos de uma audiência pública na Assembleia Legislativa para debater a situação da CBTU. Estaremos sempre juntos até a vitória em outubro”, afirmou Raimundo Bartolomeu Gonçalves França, da diretoria do Sindicato dos Empregados em Transportes Metroviários e Conexos de Minas Gerais (Sindimetro/MG).

O deputado federal Reginaldo Lopes (PT) enfatizou sua confiança na mudança do país em 2023. “Este é o último Primeiro de Maio sem ganho real na recomposição do salário mínimo. Sem a valorização dos salários de trabalhadoras e trabalhadores é impossível o retorno do crescimento econômico. A economia nasce das mãos da classe trabalhadora. É fundamental a reposição das perdas da classe trabalhadora. Tanto na iniciativa privada quanto no serviço público. Nossa economia depende disso e de políticas de garantia da agricultura familiar, para sem ela não terá alimento para o povo brasileiro. Nosso compromisso deve ser lutar pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário juntamente com o Ministério da Agricultura. Porém, para o povo, é essencial uma reforma tributária. Colocar os ricos no Imposto de Renda e os pobres no orçamento, distribuição de renda e da riqueza. Alterar o sistema tributário só será possível com a vitória de Lula, em outubro.”