Bolsonaro reinicia processo de venda de três refinarias e prepara nova rodada de ataques contra a Petrobrás Bolsonaro reinicia processo de venda de três refinarias e prepara nova rodada de ataques contra a Petrobrás

Diversos, Notícias, Tribuna Livre | 30 de junho de 2022

A categoria petroleira deve se manter mobilizada e não deve acreditar que a véspera de eleição será entrave para o entreguismo do governo Bolsonaro


por Sindipetro/MG

Foto: Agência Petrobrás

 

A Petrobrás reabriu nesta semana o processo de venda da Refinaria Abreu e Lima (Rnest), em Pernambuco, da Refinaria Getúlio Vargas (Repar), no Paraná, e da Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), no Rio Grande do Sul. Juntas, as unidades são responsáveis por 23% da capacidade de refino brasileiro. Ao contrário do que afirmam agentes do mercado, a categoria petroleira deve se manter mobilizada e não deve acreditar que a véspera de eleição será entrave para o entreguismo do governo Bolsonaro.

Desesperado diante do seu derretimento nas pesquisas de intenção de votos para eleição presidencial, Jair Bolsonaro (PL) iniciou nesta semana uma nova rodada de ataques contra a Petrobrás. Além da efetivação de Caio de Andrade como presidente da companhia, o governo reiniciou o processo de venda de três refinarias. Ao todo, a venda das refinarias da Petrobrás entrega 50% da capacidade de refino brasileiro nas mãos de estrangeiros.

 

Caio de Andrade, um presidente inepto

“Puxadinho eleitoreiro”, assim Deyvid Bacelar, coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), definiu a nova presidência da Petrobrás. Caio de Andrade chega à Petrobrás com um currículo e experiência insuficientes, contradizendo a própria empresa e o governo federal, que mentem ao dizer que suas escolhas são feitas por critérios técnicos.

Argumentando “eventuais atos lesivos ao patrimônio da empresa Petrobras e aos seus acionistas”, a Associação nacional dos petroleiros Acionistas Minoritários da Petrobrás (Anapetro), entrou com uma representação na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) contra a nomeação de Caio de Andrade para a presidência da petrobrás.

Com formação em comunicação social, o novo presidente da Petrobrás chega à empresa com o objetivo de gerir uma crise gerada pela política de preço de combustível da Petrobrás, e incentivada pelo governo Bolsonaro. Porém, ao invés de acabar com o PPI e reduzir o preço dos combustíveis, Caio de Andrade já mira a verba publicitária da empresa.

A empresa está com processo de concorrência em aberto para escolher duas agências de publicidade que irão gerir uma verba estimada em R$375 milhões por dois anos e meio. Em 2021, a publicidade da Petrobrás custou 138,025 milhões, 89,4% maior do que os 72,841 milhões de 2020. Não foi atoa que os executivos da área de publicidade da Petrobrás foram os primeiros a serem procurados por Caio de Andrade, antes mesmo do CA da Petrobrás aprovar o seu nome. 

Vale lembrar que, em 2021, o governo federal gastou R$5 milhões em campanha publicitária para defender a privatização do Correios.

 

Petrobrás reinicia processo de venda de 3 refinarias

Ainda na última segunda-feira, no mesmo dia que o Conselho Administrativo da petrobrás aprovou o nome de Caio de Andrade para a presidência da empresa, a estatal anunciou a reabertura do processo de venda da Refinaria Abreu e Lima (Rnest), em Pernambuco, da Refinaria Getúlio Vargas (Repar), no Paraná, e da Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), no Rio Grande do Sul.

As refinarias estavam com o processo de venda suspenso desde o ano passado. O que faz acreditar que o governo federal, em última tentativa de sobrevivência diante da eleição, iniciou um processo de “liquidação” do patrimônio brasileiro. Ao todo, as refinarias incluídas na Sistemática de Desinvestimentos da Petrobrás representam cerca de 50% do refino nacional – ou 1,1 milhão de barris por dia de petróleo processado.

Em Sumário Executivo dos Riscos e Oportunidades da Transição para o Novo Mercado de Refino, o Tribunal de Contas da União (TCU) reconheceu que a venda das refinarias brasileiras pode ocasionar desabastecimentos pontuais, assim como criará um mercado pouco competitivo, causando aumento no preço dos combustíveis comercializados pelas refinarias privatizadas.

A categoria petroleira deve se manter em alerta contra qualquer atitude entreguista do governo federal. A Petrobrás é uma empresa essencial para a reconstrução do Brasil, destruído e jogado à fome por Jair Bolsonaro. É preciso acabar com o PPI, abrasileirar os combustíveis, e lutar pela garantia de nossos direitos e emprego.