Com Bolsonaro, Petrobrás desrespeita trabalhadores e massacra população Com Bolsonaro, Petrobrás desrespeita trabalhadores e massacra população

Diversos, Notícias, Tribuna Livre | 5 de agosto de 2022

Mesmo faltando pouco mais de dois meses para a eleição, o governo federal resolveu acelerar o processo de venda de três refinarias e ainda estendeu o prazo para que interessados na compra se manifestem


por Sindipetro/MG

Foto: Tânia Rego/Agência Brasil

 

A Petrobrás registrou mais um lucro recorde no segundo trimestre de 2022 (líquido de R$ 44,2 bilhões a R$ 60,4 bilhões). Mesmo com resultados extraordinários, a gestão bolsonarista na Petrobrás segue com preços altíssimos para gás de cozinha, diesel e gasolina, além de ameaçar a categoria petroleira com perdas salariais, retirada de direitos históricos e privatização.

Nas negociações do nosso Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), as duas contrapropostas apresentaram reajuste abaixo da inflação acumulada e cláusulas que prejudicam a categoria na ativa e aposentada, como a retirada da AMS do ACT e aumento do custeio para 50%, a retirada da garantia de emprego, entre outros. Sem fugir à luta, a categoria segue mobilizada por um ACT digno e contra a venda da Refinaria Gabriel Passos (Regap), em Betim, inclusive em estado de greve aprovado em assembleias. 

O Sindipetro\MG tem movimentado a categoria petroleira contra a venda da Regap e alertado a sociedade sobre as suas consequências. O Sindicato realizou, em julho, um ato unificado e participou de audiência pública, denunciando os riscos da sanha privatista do presidente Jair Bolsonaro (PL). 

Mesmo faltando pouco mais de dois meses para a eleição, o governo federal resolveu acelerar o processo de venda de três refinarias e ainda estendeu o prazo para que interessados na compra se manifestem. As refinarias Abreu e Lima (Rnest), em Pernambuco, Presidente Getúlio Vargas (Repar), no Paraná, e Alberto Pasqualini (Refap), no Rio Grande do Sul, juntas têm 23% da capacidade de refino do país. Ao contrário do que os neoliberais de plantão alardeiam, a venda de refinarias não vai favorecer a competitividade do mercado e reduzir o preço dos combustíveis. No Brasil, as unidades de processamento de petróleo foram organizadas não de forma a concorrerem entre si, mas sim para garantir o abastecimento regional e de complementarem a produção de cada refinaria. A RLAM, por exemplo, após ser vendida não passou a concorrer com a Petrobrás, adotando uma estratégia para maximizar seus resultados financeiros.

O preço alto dos combustíveis tem sido a corda no pescoço de Bolsonaro. A solução para o preço abusivo da gasolina, diesel e gás de cozinha certamente não está no desinvestimento do refino, nem na redução de tributos que tira recursos da educação e da saúde. É bom lembrar que, com Bolsonaro, os preços dos combustíveis estão atrelados ao dólar e variam de acordo com a cotação do barril de petróleo no mercado internacional, o que inclui de modo artificial custos que não existiriam na produção de combustíveis feitos no Brasil.

Para melhorar sua imagem, Bolsonaro encaminha medidas eleitoreiras como a lei que limita o teto do ICMS incidente nos combustíveis nos estados e a “PEC Kamikaze”, distribuindo benesses às vésperas da eleição com a chancela de “estado de emergência” para fugir de consequências da lei eleitoral. Apesar das tentativas do atual governo, o impacto nos preços do gás de cozinha, do diesel e dos alimentos tem sido nulo, enquanto o país volta ao Mapa da Fome.

Em desvantagem nas pesquisas eleitorais, onde o ex-presidente Lula lidera, Bolsonaro se desespera e usa de artimanhas para tentar reverter o quadro, mesmo que para isso tenha que promover o caos no país. É preciso resistir aos retrocessos, atuando em todos os espaços para a reconstrução de um país mais justo, igualitário e democrático.