Este é o resultado da política de terceirização, que faz inúmeras vítimas, por dia, no Sistema Petrobrás. O acidente, que aconteceu na última segunda-feira 08, às 14h30, foi ocasionado pela explosão no capote da linha de catalisador que vai do 03-V-01 para o regenerador do CCF – 1 (antigo Secra 1).
Apesar de a linha ser nova, três pontos de vazamentos foram detectados nas regiões dos capotes que revestem os refratários. Entretanto, nenhuma providência foi tomada e o serviço continuou sendo executado. O que nos parece, é que o tratamento térmico dado ao capote da linha, que foi pré-montada, não foi o mais adequado. Se três vazamentos foram observados, é porque houve um tratamento térmico mal feito.
Costuma-se realizar furos onde tem o capote, que é revestido internamente por refratário, para drenar toda a umidade durante este tratamento e, só depois, eles são tampados. Mas, para nós do sindicato, é preciso verificar como está sendo feito o tratamento térmico no restante dos equipamentos onde foi aplicado o refratário. Nesta linha, o barulho foi ensurdecedor, semelhante a uma explosão, e a pressão foi tamanha a ponto de projetar o refratário e danificar a linha de injeção do catalisador. O que poderá ocorrer se outros equipamentos maiores apresentarem as mesmas falhas?
Este acidente deixa claro, mais uma vez, que as empreiteiras não têm os equipamentos necessários para executar as tarefas e muito menos se preocupam em treinar os trabalhadores.
Antigamente, este tipo de procedimento era feito com o acompanhamento do setor de Manutenção, em um local isolado, com cronogramas de temperaturas e tempo. Além disso, a palavra final era do setor de Inspeção de Equipamentos. Porém, o que vemos hoje, é o lucro prevalecer em detrimento da vida.
Para reduzir custos, a Petrobrás entregou nas mãos das empreiteiras a responsabilidade de grande parte das operações. Infelizmente, neste setores, não há mais a obrigatoriedade de acompanhar o trabalho dos terceirizados. Não há mais a fiscalização técnica como era feito antes. Ou seja, as “gatas” querem enriquecer e, para isso, precarizam as condições de trabalho. E nessa história, os mais prejudicados, como sempre, são os empregados, que além de correm riscos são as principais vítimas dos calotes.
A direção do Sindipetro/MG cobrou da gerência da Regap o acompanhamento destes setores e exigiu que a ordem final para este tipo de procedimento seja do setor de Inspeção de Equipamentos. Além disso, questionamos o trabalho realizado pela empreiteira, pois diante do ocorrido, não dá mais para confiar.
O acidente vem reforçar a máxima de que a terceirização MATA! Felizmente, os trabalhadores não sofreram nenhuma lesão grave, mas poderiam ter sido vítimas da falta de responsabilidade das empreiteiras e da Petrobrás. Defendemos a primeirização em todas áreas da Petrobrás, pois sabemos que só assim, a vida estará em primeiro lugar.
O Sindipetro/MG, por meio do diretor Osvalmir Maciel de Almeida do DH, participará da comissão que vai apurar as causas do acidente.