A política econômica mantida pelos governos do Partido dos Trabalhadores na Presidência da República interferiu diretamente na geração de empregos no País. Entre 2003 e 2014, durante as gestões do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da presidenta Dilma Rousseff, o Brasil criou 20 milhões novos postos de trabalho formais, segundo dados da Rais, do Ministério do Trabalho e Emprego.
O número é 25 vezes maior na comparação ao do governo do ex-presidente e padrinho político de Aécio Neves, Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Em oito anos de comando tucano, o Brasil gerou apenas 800 mil empregos formais. “Vivenciei pessoalmente aquele período, que foi muito ruim. Foi uma das fases mais difíceis da história de luta dos trabalhadores”, conta o secretário de Relações Internacionais da Central Única dos Trabalhadores (CUT), João Felício.
Ele lembra que não havia diálogo entre a classe trabalhadora e o governo. “Os tucanos têm muita dificuldade em entender a importância da negociação coletiva”, diz Felício, que foi presidente da central sindical durante a gestão de FHC.
Crise mundial – Mesmo com a grave crise econômica internacional, que fechou mais de 60 milhões de vagas em todo o mundo, o Brasil continuou no caminho de geração de mais empregos. Em apenas quatro anos, o governo Dilma criou 5,5 milhões de novas vagas. Neste período, a criação de empregos no País foi sete vezes maior que no governo de FHC.
Como consequência da falta de políticas voltadas para ampliação de vagas de empregos e valorização do trabalhador, o Brasil saltou para o segundo lugar entre os países com mais desempregados em 2002. Naquela época, a taxa de desemprego ficava em torno de 12%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em agosto de 2014, o índice caiu para 5%.
Felício explica que as mudanças para os trabalhadores já começaram a surgir com a posse do ex-presidente Lula. “Parecia que eu estava entrando em uma sociedade civilizada, com margens de negociação”, destaca. “Não quero retornar a aquele passado extremamente difícil. Não queremos retrocesso”, garante o secretário da CUT.
Valorização – De acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o salário mínimo teve alta de 262% nos últimos 12 anos. O crescimento real, descontada a inflação, foi de mais de 72%.
Entre 2002 e 2014, o rendimento do trabalhador brasileiro passou de R$ 200 para R$ 724. Atualmente, 60% dos trabalhadores no Brasil têm carteira assinada, com garantia de direitos trabalhistas como seguro-desemprego, 13º salário e férias.